O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se reuniu com o Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappeli, nesta última terça-feira, para discutir estratégias voltadas para a segurança pública no estado. Essa reunião aconteceu um dia após a cidade do Rio enfrentar um dos maiores ataques orquestrados por milicianos em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como ‘Faustão’, em uma operação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz.
Durante o encontro, o governador expressou interesse em aplicar uma estratégia de “asfixia financeira” no crime organizado, a fim de minar a capacidade dos chefes do tráfico de drogas de adquirir recursos para seu poder bélico. Castro também anunciou a criação de um grupo de trabalho em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com o propósito de investigar a lavagem de dinheiro realizada pelas máfias que operam no território fluminense. Esse trabalho conjunto com a Força Nacional visa rastrear como o dinheiro proveniente do tráfico de drogas sai do estado e é legalizado. Além disso, as atividades comerciais também passarão a ser objeto de investigação. Castro enfatizou o desejo de obter resultados duradouros que enfraqueçam essas organizações criminosas e melhorem a qualidade de vida da população.
O grupo de trabalho contará com a participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros.
O governador enfatizou que, apesar dos desafios, não vê a necessidade de intervenção federal no momento, optando por uma abordagem de integração entre as forças de segurança. Ele mencionou a presença da Força Nacional nas rodovias federais e solicitou o reforço da Marinha na Baía de Guanabara e nos portos do estado, bem como da Aeronáutica nos aeroportos, áreas de entrada de drogas e armas. Além disso, a Receita Federal e a Polícia Federal desempenharão um papel fundamental no combate ao crime de lavagem de dinheiro, que é de competência federal.
Ricardo Cappeli, Secretário Executivo do Ministério da Justiça, falou sobre os recentes ataques a ônibus no Rio, classificando-os como “gravíssimos”. No entanto, ele observou que é cedo para revisar o planejamento relacionado à presença da Força Nacional, que tem apenas uma semana de atuação no estado. Cappeli não descartou a possibilidade de ajustes futuros no uso de forças federais, caso a situação se deteriore. Ele também reiterou que não há previsão de intervenção na segurança pública e enfatizou que a responsabilidade pela aplicação da lei cabe ao estado.