A Cedae vai investir cerca de R$ 7 milhões no Libra, laboratório de controle de qualidade da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em 2024. A informação foi dada pelo coordenador de Controle de Qualidade do Sistema Guandu, Robson Campos, nesta terça-feira (28), durante a apresentação “Metrologia para a garantia da qualidade da água” no evento do Congresso Brasileiro de Metrologia (CBM).
O encontro, chamado Metrologia 2023, acontece até quinta-feira (30), no distrito de Itaipava, em Petrópolis, Região Serrana do Estado do Rio. Além da palestra, a companhia está presente com estande, panfletos informativos e a distribuição de 300 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica produzidas nos viveiros mantidos pelo Replantando Vida, programa socioambiental da Cedae.
Inaugurado em 22 de março de 2023, o Libra recebeu investimentos de mais de R$ 5 milhões, entre 2022 (R$ 3,5 milhões) e 2023 (R$ 2 milhões). A previsão para 2024 é, portanto, 250% superior ao investido este ano, e 40% acima do custo total da construção do próprio laboratório.
– Isso demonstra o compromisso da Cedae com a metrologia, com a segurança hídrica e com a garantia da qualidade da água produzida para o consumo da população. Atualmente, já analisamos mais de 100 parâmetros no Libra. Com os novos equipamentos, vamos analisar ainda mais, e vamos automatizar alguns processos, ganhando precisão e velocidade. Isto vai tornar o laboratório ainda mais eficiente, aumentando inclusive a produtividade dos técnicos – destacou Robson.
Novos equipamentos
Dos novos investimentos, R$ 2,7 milhões serão aplicados na compra do ICP/MS (sigla em inglês para Espectrômetro de Massas por Plasma Acoplado Indutivamente). O aparelho é capaz de detectar a presença de metais e não metais em concentrações tão baixas quanto uma parte por mil bilhões. Ele será utilizado principalmente para garantir a qualidade do novo sistema de tratamento de lodo da ETA Guandu, que deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2024. O equipamento permitirá monitorar e controlar a concentração destas substâncias no lodo residual do tratamento de água.
Já o Analisador de Óleos e Graxas por Infravermelho, com custo de R$ 472 mil, vai garantir a execução, em meia hora, de teste para identificar a presença de óleos na água. O mesmo teste, se realizado “manualmente” no laboratório, pode levar quatro horas. Contratado num laboratório externo, pode levar dias.
Outros investimentos incluirão Titulador Automático, que utiliza técnica analítica que mede parâmetros como cloretos, insumos químicos e alcalinidade, permitindo identificar com maior precisão a concentração de cada elemento em uma amostra; e equipamentos para a operação diária do laboratório, como geladeira Csv600, para armazenamento de amostras, mesmo modelo usado para a preservação de vacinas.
O Libra
O laboratório de controle de qualidade realiza mais de 30 mil análises de mais de 100 parâmetros por mês, desde pH e turbidez até a possível presença de agrotóxicos, cianotoxinas e geosmina na água, em até meia hora.
– Isso permite à equipe do Sistema Guandu dar uma resposta rápida, quase em tempo real, a qualquer alteração identificada na qualidade da água do rio, fazendo os ajustes necessários no processo de tratamento para garantir a qualidade do produto final – ressaltou Robson.
O Libra tem também a primeira equipe de “sommeliers de água” do estado, que realiza painéis sensoriais para identificar alterações no gosto ou cheiro da água produzida. Além disso, é o primeiro laboratório em uma ETA a obter a acreditação ISO 17025:2017 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Estado do Rio.