Homem que se autodenomina cantor e compositor nas redes sociais, revelando uma vida artística desprovida de fama, está surpreendentemente registrado como sócio da empresa Blauberg. Esta companhia, com contratos que somam R$ 80 milhões para a terceirização de pessoal, tem laços com as prefeituras de Mesquita e Belford Roxo. Patrick Giovanni Santi Gonçalves de Barros, que apresenta-se em estabelecimentos no Centro-Sul Fluminense, surge como figura central nesse emaranhado. A Blauberg faz parte de um conglomerado que acumula quase R$ 1 bilhão em acordos com prefeituras, sobretudo na Baixada Fluminense.
Esse conglomerado engloba entidades como a Icap, a Itanhangá e o Instituto de Medicina e Projeto (IMP), que administra unidades de saúde e é notório por seu caráter enigmático, com dirigentes que evitam o escrutínio público. O IMP também se associou à Blauberg. Patrick, nominalmente sócio fundador da Blauberg, reside numa casa modesta em Miguel Pereira. Sua conexão com a empresa levanta questionamentos, pois supostamente teria feito um investimento de R$ 250 mil para se tornar proprietário.
No entanto, o cotidiano de Patrick parece dissociado de sua suposta atuação empresarial. Vizinhos relatam sua mudança recente para morar com a mãe e desconhecem qualquer faceta de empresário no cantor. Quando questionado sobre a Blauberg, Patrick evitou o contato e não prestou esclarecimentos.
Um advogado, Rafael Bittencourt Licurci de Oliveira, emerge como elo comum entre as diversas empresas desse grupo econômico, embora sua conexão seja complexa e obscura. Ele testemunhou a fundação dessas entidades, porém, investigações sugerem que suas assinaturas e a de outros membros do conselho de administração do IMP podem ter sido falsificadas.
Rafael também está sob investigação da Polícia Federal por suspeitas de lavagem de dinheiro, com suas atividades financeiras em desacordo com sua renda declarada. Além disso, mantém uma relação próxima com o secretário estadual de saúde, Doutor Luizinho, que nega qualquer envolvimento nas atividades de Rafael.
As instituições, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, estão ativamente investigando esses arranjos, visando esclarecer suas complexidades e potenciais irregularidades. A identificação de sócios ocultos e a compreensão dos mecanismos por trás desses negócios complexos ainda se mantêm como enigmas a serem decifrados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.