Durante uma sessão tumultuada, a Câmara Municipal de Barra do Piraí rejeitou o pedido de impeachment do prefeito Mário Esteves por sete votos a dois. O prefeito havia sugerido a “castração” de mulheres durante um discurso transmitido ao vivo pela internet. A votação ocorreu na tarde e início da noite da última terça-feira, com um plenário lotado, incluindo muitas mulheres que exibiam cartazes a favor e contra a punição.
A vereadora Kátia Miki, autora do pedido de impeachment, enfrentou vaias e críticas da plateia, alegando que a maioria dos manifestantes era composta por servidores comissionados da prefeitura. Ela destacou a violência sofrida durante a sessão e observou que o machismo estrutural estava evidente, já que algumas vítimas estavam apoiando o prefeito devido a interesses pessoais.
Um dos vereadores que votou contra o impeachment justificou seu voto mencionando que o prefeito já havia admitido seu erro publicamente. Essa justificativa foi aplaudida pela plateia, que gritou o nome do parlamentar. Os vereadores que votaram contra o impeachment foram Thiago Soares, Elves, Paulista dos Pets, Jeordane, Paulinho do Royal, Joel Tinoco e Beto Jaba, enquanto Pedrinho ADL e Roseli Enfermeira foram os votos a favor.
A prefeitura não emitiu comentários sobre as acusações de que os manifestantes eram servidores comissionados. O prefeito foi expulso do partido Solidariedade devido ao seu discurso “misógino” e “preconceituoso”, que demonstrou desrespeito às mulheres, segundo a direção estadual do partido.
Mário Esteves se defendeu nas redes sociais, pedindo desculpas por suas palavras e reiterando seu compromisso com o planejamento familiar. Ele admitiu ter cometido um erro ao utilizar a palavra “castração” em vez de mencionar métodos apropriados, como vasectomia e laqueadura. O prefeito prometeu levantar a pauta nacional do planejamento familiar.