Primeiro, Beatriz Haddad Maia perdeu um set que parecia ganho. Depois, venceu um set que parecia perdido. Chegou ver a espanhola Sara Sorribes Tormo abrir um set e duas quebras de vantagem. Nos altos e baixos, porém, a brasileira mostrou raça e força mental. Mesmo com uma atuação instável, com 65 erros não forçados, não deixou de lutar e acreditar. No fim, foi recompensada com uma vitória por 6/7(3), 6/3 e 7/5, em mais de 3h51min de jogo – a partida feminina mais longa de Roland Garros este ano até agora -, que valeu uma vaga nas quartas de final de Roland Garros.
O feito de Bia é gigante. Na Era Aberta, é a primeira brasileira a chegar às quartas de final de um Grand Slam. Em toda a história, ela se iguala a Maria Esther Bueno, única do país até hoje a chegar às quartas em Roland Garros – foi finalista em 1960. É, também, a brasileira a ir mais longe em um Grand Slam desde 1968, quando Maria Esther foi à fase em Roland Garros, Wimbledon e US Open.
– Eu tentei pensar de uma forma positiva nos momentos mais difíceis. Pensei que, se eu estava sentindo o nervosismo, minha adversária também sentindo. Meu técnico me mandou uma entrevista do Djokovic, falando de nervosismo. Então, se o Djokovic fica nervoso, quem sou eu para não ficar? Precisamos aceitar, nos mantermos firmes para aguentar a pressão.
O próximo obstáculo para Bia na capital francesa será a tunisiana Ons Jabeur, número 7 do mundo. Nesta segunda-feira, ela superou sem problemas a americana Bernarda Perapor 6/3 e 6/1. Bia e Ons já duelaram duas vezes, e a africana levou a melhor em ambas. O jogo mais recente aconteceu no WTA 500 de Stuttgart, também no saibro, e terminou com parciais de 6/3 e 6/0.