Uma nova doença causada por um vírus, preocupa as autoridades sanitárias de Angra dos Reis. A Secretaria Municipal de Saúde teve, no último dia 26, a confirmação do terceiro caso de febre oropouche, pelo Laboratório Central Noel Nutels e comunicada à pasta. O causador seria o maruim ou mosquito-pólvora. Encontrado tanto no meio silvestre, como o urbano.
Em 8 de junho, uma mulher de 53 anos, moradora do quarto distrito, buscou atendimento médico apresentando febre, dor de cabeça, dor no corpo, náusea e vômito. Foi internada no Hospital Municipal de Japuíba, evoluindo de forma benigna e teve alta em 12 de junho. Desde então, tem sido acompanhada e passa bem. O caso é monitorado pela Secretaria de Estado de Saúde e a do município.
A febre Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.
Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela). Há dois ciclos de transmissão descritos: silvestre e urbano. No ciclo silvestre, bichos preguiça e primatas não humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. O vetor primário da doença é o Culicoides paraensis (Diptera: Ceratopogonidae), conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
No ciclo urbano, o homem é o hospedeiro principal e o vetor primário também é o maruim. Até o momento não há evidência de transmissão direta de pessoa a pessoa. Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos indivíduos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas. Os sintomas da febre oropouche são muito parecidos com os da dengue, duram entre dois e sete dias e incluem febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dor nas costas e na lombar.
Outros sintomas são dor articular. Também pode haver tosse, tontura, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático de acordo com indicação médica.
O Brasil já registrou esse ano mais de 6 mil diagnósticos confirmados para FO e 4 óbitos seguem em investigação, sendo 2 provenientes do Estado da Bahia, 1 do Maranhão e 1 em Santa Catarina. O Estado do Rio de Janeiro já acumula no ano 59 casos confirmados, dos quais 47 são considerados autóctones.