O Rio Caputera, no bairro do Pontal, em Angra dos Reis, começou a receber esta semana obras de desassoreamento, promovidas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Regional. A pasta também está desassoreando os rios Japuíba, na Vila Nova e Cabo Severino, na Blanqueta. Estes estão entre os principais rios da cidade.
Segundo moradores, sempre que chove, terra, areia, rochas e lixo ficam acumulam nas calhas dos rios, atrapalhando a circulação da água, gerando transbordamento e alagamentos das ruas, com o passar do tempo. De acordo com a prefeitura, o desassoreamento é uma ação preventiva para reduzir o risco de inundações.
“Acredito que a realização do desassoreamento é uma ação drástica e paliativa para nos resguardar de possíveis enchentes das chuvas de verão, conforme ocorreu nos últimos dois anos. Digo paliativa porque não atinge a causa raiz do problema, já que as enchentes podem ser relacionadas a vários processos como, por exemplo, desmatamento, processos erosivos, elevados níveis de impermeabilização, alocação inadequada de material particulado, desvios do rio etc. Mas acredito que seja a melhor forma de devolver ao reservatório a sua capacidade natural de armazenamento de água, bem como sua vazão correta, sem que haja o risco de transbordamento. E assim esperamos que seja”, afirmou a presidente da Associação de Moradores do Pontal, Nilcira Kaiza.
A licença para o desassoreamento foi emitida pelo próprio município, graças a um convênio firmado entre a prefeitura e o Governo do Estado, através do Instituto Municipal do Ambiente de Angra dos Reis. Até então, a licença era dada pelo Instituto Estadual do Ambiente.
A prefeitura informou que mais nove rios, canais e córregos serão desassoreados: rio Jacuacanga (em processo de licenciamento); rio do Frade; canal do Frade; rio Camorim; canal do Parque Belém; rio Monsuaba; córrego na Vila do Abrãao e dois córregos na Praia Vermelha, Ilha Grande.
“Vários pontos do município sofrem muito com alagamentos, trazendo vários prejuízos aos moradores. No entanto, o município tem buscado incessantemente minimizar o problema. Não é uma tarefa fácil, pois além de depender da conscientização da população na questão de ocupação desordenada e lixo, temos também fatores naturais como, por exemplo, área muito baixa e alto índice pluviométrico junto com maré alta”, frisou Sérgio Henrique Costa dos Santos, secretário interino de Desenvolvimento Regional.