Angra dos Reis comemorou o 244º aniversário da Festa do Senhor do Bonfim com muita tradição e cultura de 2 a 5 de maio. O evento foi realizado pela Prefeitura de Angra dos Reis, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio, e contou com uma programação diversificada, com atividades religiosas, musicais e gastronômicas.
Tendo como palco as areias da praia do Bonfim, a festa remete às tradicionais quermesses, oferecendo extensa programação religiosa, shows musicais, barraquinhas de comidas e bebidas típicas, além de brincadeiras como o leilão de prendas e o animado pau de sebo, com prêmios em dinheiro e brinquedos infláveis para as crianças.
“Uma festa linda, com grande participação do público, a celebração manteve vivas as tradições das quermesses, refletindo a essência da cultura caiçara realizada no continente, envolvendo toda a comunidade, que é muito acolhedora. A realização do evento foi viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura do município. Ao longo dos quatro dias de comemoração, foram realizadas missas na igrejinha do Bonfim, com o apoio da Secretaria de Cultura e Patrimônio, que disponibilizou transporte gratuito por meio de embarcações partindo da praia”, ressalta o secretário de Cultura e Patrimônio, Bruno Marques.
O ponto alto da programação foi a alvorada festiva no domingo com a banda do Colégio Naval. Uma grandiosa missa solene também foi realizada, incluindo o translado da imagem do Senhor do Bonfim seguido por uma procissão pelas ruas do bairro.
A moradora do bairro, Catarina Silva Pereira, é coordenadora da comunidade católica de Senhor do Bonfim e há mais de 30 anos participa ativamente da organização da festa. Enquanto ajudava a ornamentar o andor que carregou a imagem de Senhor do Bonfim na procissão pelas ruas do bairro, ela contou que a festa expressa todo o carinho e religiosidade da comunidade caiçara.
A LENDA
A festa do Senhor do Bonfim teve origem em torno de uma lenda, os antigos moradores do bairro contam que, após uma longa noite de pescaria, um pescador encontrou uma imagem de Cristo Crucificado em uma pedra na enseada Batista das Neves. Ele entregou a imagem a um frei, no convento do Centro da cidade, mas ela voltou para a pedra por três dias seguidos. Então, o frei decidiu construir uma capela próxima ao local, mas a imagem sempre voltava para a pedra. A capela foi reposicionada de frente para a pedra em 3 de maio de 1780, onde a imagem permanece até hoje.