A festa junina que acontece no Centro de Promoção Social Abrigo Cristo Redentor, gerido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, acontece há muito anos, e é uma das comemorações mais esperadas pelos 214 idosos que vivem hoje no lugar, localizado em Higienópolis, na Zona Norte da Cidade do Rio.
– Eu gosto da música, das danças e das comidas. Eu passei o rímel, ganhei um batom vermelho, pintei o cabelo, fiz a minha unha. Sou comunicativa, gosto de falar. Se Deus quiser, eu ainda vou aproveitar muitas festas aqui – disse Rute Coelho Tenório, de 71 anos e moradora do abrigo há um ano.
O interno Cleudes, de 75 anos é residente há 16 anos do Abrigo Cristo Redentor, e já participou de várias festas juninas, e aproveita cada momento para puxar da memória as lembranças da sua infância.
– Fui criado no interior de Ilhéus, na Bahia, sou baiano. Recordação da fogueira de São João, balão, batata assada na fogueira. Eu gosto das mulheres, não posso ver uma mulher bonita que eu fico sorrindo. Brincadeira, gosto mesmo é do forró – contou.
A festa também conta com variedade gastronômica, com muitas comidas típicas, A barraquinhas, e quadrilha. Os preparativos para a festa do Abrigo Cristo Redentor começam um mês antes da data marcada. O resultado é um pátio colorido, e o abrigo transformado em um verdadeiro arraial.
– Temos um planejamento anual de datas festivas, como essa. Alguns idosos participam da organização com os educadores sociais. Eles gostam de tudo que é festa, e curtem muito receber as pessoas e interagir – disse a diretora do Abrigo, Nádia Aparecida da Silva.
Além das festas e atividades terapêuticas, os idosos têm acompanhamento de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais multidisciplinares.
– Lidar com os idosos no Abrigo Cristo Redentor é uma atividade muito gratificante, porque nós aprendemos muito com eles. Cada um tem a sua história de vida, a sua bagagem, e são muito participativos em todas as atividades, trazendo um pouquinho da vida deles pra gente e isso é enriquecedor – declarou a assistente social Ana Paula dos Santos Freitas.