Jorge Sampaoli mostrou pela primeira vez no Flamengo, no último domingo, o perfil exigente por reforços de forma pública. A cobrança externa por uma reposição para Arturo Vidal, negociado com o Athletico-PR, expôs a franqueza que marcou o argentino por quase toda a carreira, no futebol brasileiro e também na Europa.
– A necessidade é de repor a saída de Vidal. É uma necessidade que o time tem e estamos buscamos alternativas nessa posição de volante misto. Um time para lutar coisas importantes em um ano difícil, de transição, tem que ter a possibilidade de ter um jogador que resolva, por si só, determinadas coisas no campo – disse o técnico após o empate com o Fluminense.
A declaração teve resposta do diretor de futebol Bruno Spindel no dia seguinte, na segunda-feira. O dirigente defendeu a qualidade do elenco e pontuou os esforços que o clube faz no mercado. Ao contrário de trabalhos anteriores, Sampaoli encontrou no Fla um clube que não está disposto a mudar radicalmente o elenco na primeira janela de transferências.
Diante de um elenco estrelado e multicampeão, a diretoria rubro-negra não viu necessidade de volume grande de contratações. Antes de a janela abrir, o vice-presidente de futebol Marcos Braz falou em buscar quatro nomes. Três chegaram, e o clube está atrás de pelo menos mais um meia. Claudinho, do Zenit, e De La Cruz, do River Plate, são os alvos conhecidos.
As negociações com os dois são difíceis e caminham a passos lentos. O Fla já fez propostas oficiais e tem semanas pela frente até o fim da janela, o que faz a palavra “paciência” ser repetida como mantra internamente.
Desde a chegada do argentino, o clube anunciou a chegada de três reforços: Rossi, Allan e Luiz Araújo. O investimento em direitos econômicos é considerável: mais de 17 milhões de euros (R$ 92 milhões). Só que a quantidade é bem diferente em comparação com trabalhos anteriores
Antes do Flamengo, Sampaoli passou por Santos e Atlético-MG no futebol brasileiro, e em ambos os clubes o treinador teve mais de 10 contratações. No Galo, o gasto foi de nada menos que R$ 149 milhões. O técnico mostrou um perfil exigente para fazer mudanças e buscar peças que potencializassem o estilo de jogo da equipe.
Na Europa, o volume foi maior, mas o investimento também foi considerável. Principalmente no Olympique de Marselha, da França, que gastou mais de 50 milhões de euros. Para o público brasileiro, a contratação de maior impacto foi Gerson, que saiu do Flamengo para jogar com o argentino.
No Sevilla, a passagem também foi marcada por muitos pedidos. Um deles, inclusive, foi Gabigol, mas o período curto à frente da equipe, de apenas cinco meses, não foi de exigências atendidas pela diretoria espanhola.