O geólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, recebeu uma ótima notícia do Ministério da Educação. A partir de janeiro de 2024, o museu, que é o mais antigo do Brasil, contará com um financiamento exclusivo de R$ 13,5 milhões para a sua manutenção.
Essa medida demonstra o reconhecimento do Governo Federal quanto à necessidade de garantir estabilidade e confiança no processo de reconstrução do museu, que foi devastado por um incêndio em 2018, resultando na perda de 85% do acervo, além dos danos estruturais do palácio na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Atualmente, o museu encontra-se na fase de reforço de estruturas e captação de novas peças para o seu acervo. Já foram concluídos a restauração completa da fachada principal do Palácio de São Cristóvão, a instalação de uma cobertura provisória para proteger o edifício contra tempestades e a reconstrução das esquadrias. A previsão é de que o museu esteja aberto ao público em sua totalidade em 2026, quando todas as obras de complementação estarão finalizadas.
As réplicas dos elementos decorativos da fachada, chamados de ornamentos, foram produzidas utilizando tecnologia de impressão em 3D, enquanto as peças originais serão integradas ao acervo e farão parte de exposições permanentes. As intervenções foram cuidadosamente realizadas para preservar as características originais da fachada até setembro de 2018.
Após o incêndio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) elaborou uma carta de orientação que estabeleceu diretrizes para o processo de reconstrução do museu, cujo acervo incluía desde esqueletos de animais pré-históricos até múmias do Egito Antigo, passando por coleções de rochas, plantas, livros raros e utensílios de diversas sociedades. Uma das autorizações do Iphan foi a instalação de uma cobertura transparente de vidro na escadaria monumental, que nunca havia sido protegida anteriormente. Essa escadaria está ao lado da ‘Sala do Bendegó’, um espaço de 80 metros quadrados que abriga o meteorito de mesmo nome, uma das poucas peças que sobreviveu ao incêndio. A sala será reaberta ao público em 6 de junho de 2024, no aniversário de 206 anos do Museu Nacional. A cobertura transparente da escadaria funcionará como uma espécie de claraboia, onde será exibido um esqueleto de baleia cachalote com mais de 15 metros, descoberto em 2022 no Ceará por uma equipe contratada pelo museu. Atualmente, esse esqueleto está em exposição na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
O orçamento total destinado à reconstrução atualmente é de R$ 445 milhões.