A Meta vai lançar uma versão comercial de seu chatbot de inteligência artificial (IA), permitindo que startups e empresas criem software personalizado com base na tecnologia, informa o jornal britânico Financial Times.
Com a iniciativa, a empresa de Mark Zuckerberg tem mais chances de concorrer com a OpenAI, criadora do ChatGPT e que recebeu investimento da Microsoft, e com o Google, que lançou o Bard. Este último chegou ao Brasil nesta quinta-feira.
Atualmente, lembra o FT, o software de IA generativa é alimentado por modelos de linguagens (LLMs, na sigla em inglês) treinados em grandes quantidades de dados e exigem grande capacidade de computação. A Meta lançou seu próprio modelo de linguagem, chamado de LLaMA, e a ferramenta foi apresentada no início deste ano a pesquisadores e acadêmicos.
De acordo com a reportagem do diário britânico, fontes familiarizadas com os planos dizem que o lançamento da nova versão é esperado em breve e estará disponível a um maior número de usuários e poderá ser personalizada pelas empresas.
Ainda segundo o FT, os LLMs da Meta terão “código aberto”, tornando públicos os detalhes do novo modelo, que contrasta com a abordagem de concorrentes como a OpenAI, cujo modelo mais recente, o GPT-4, é visto como uma ‘caixa preta’, na qual os dados e o código usados para construí-lor não estão disponíveis para terceiros.
No último sábado, o vice-presidente e cientista-chefe de IA da Meta, Yann LeCun, afirmou em conferência que o cenário competitivo da IA mudará completamente nos próximos meses, talvez nas próximas semanas, ”quando haverá plataformas de código aberto que são realmente tão boas quanto as que não são”.
O lançamento iminente da nova ferramenta da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, ocorre em um momento em que a corrida entre os grupos de tecnologia do Vale do Silício para se estabelecerem como participantes dominantes da IA está esquentando.
Em artigo publicado esta semana no Financial Times, o chefe de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, exaltou as virtudes de uma abordagem de código aberto, dizendo que “a abertura é o melhor antídoto para os medos que cercam a IA”.
O jornal ressalta que a iniciativa certamente ajuda a Meta em suas tentativas de alcançar os rivais, já que um modelo aberto permitiria que empresas de todos os tamanhos aprimorassem a tecnologia e criassem aplicativos com base nela.
Há mais de uma década, a Meta vem trabalhando em pesquisa e desenvolvimento de IA, mas ficou para trás depois que a OpenAi lançou o ChatGPT em novembro passado, estimulando outras grandes empresas de tecnologia a lançar produtos semelhantes. O Google, por exemplo, lançou no início deste ano o Bard, seu rival do ChatGPT em mais de 100 países.