O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como a inflação do aluguel, caiu 1,93% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) nesta quinta-feira (29).
Esse é o terceiro mês consecutivo de deflação do indicador, depois de registrar baixa de 1,84% em maio e de 0,95% em abril. Em 2023, até aqui, o índice já recuou 4,46%, enquanto no acumulado em 12 meses, o recuo é ainda mais expressivo, de 6,86%, atingindo o menor valor da série histórica, iniciada em 1990.
Desde abril deste ano o indicador vem registrando uma deflação na comparação ano ano, o que não acontecia desde fevereiro de 2018.
O IGP-M é composto por :
- o Índice de Preços ao Produtor (IPA), que responde por 60% da composição e teve queda de 2,73% em junho;
- o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% e caiu 0,25% no mês;
- o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10%, que subiu 0,85% em junho, sendo a única alta.
Deflação ao produtor é puxada por combustíveis e alavanca queda do IGP-M
O indicador que tem mais peso dentro da composição do IGP-M também foi o que apresentou a maior deflação em junho (-2,73%).
Esse resultado foi puxado, sobretudo, pela forte queda do subgrupo de combustíveis para o consumo, que despencou 10,56% no mês, depois de cair 1,27% em maio.
“A inflação ao produtor registrou nova deflação, agora impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. O preço do Diesel encolheu 13,82%, enquanto a preço da gasolina caiu 11,69%. Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, comenta André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV-Ibre.
O grupo de Bens Finais que exclui os combustíveis e os alimentos in natura também teve queda, de 1,39%. Já os grupos de Bens Intermediários e de Matérias-Primas Brutas recuaram 2,88% e 4,10% no mês.
Deflação ao consumidor é influenciado por transportes e alimentação
O IPC também recuou em junho (-0,25%) e a desaceleração dos preços foi disseminada por sete das oito classes de despesas que compõem o índice:
- o grupo de Transportes teve deflação de 1,68%, ante avanço de 0,50% em maio, puxado pela gasolina;
- Alimentação caiu de 0,79% em maio para -0,33% em junho;
- Saúde e Cuidados Pessoais caiu de 1,22% para 0,41%;
- Habitação caiu de 0,75% para 0,41%;
- Comunicação caiu de 0,91% para 0,14%;
- Despesas Diversas caiu de 0,75% para 0,32%;
- Vestuário caiu de 0,58% para 0,42%;
- Educação, Leitura e Recreação foi de um baixa de 2,32% em maio para uma queda menos expressiva, de 0,55%, em junho.
Construção Civil: preços sobem
A alta do INCC (0,85%) representa uma aceleração em relação a maio, quando o índice havia subido 0,40%.
De acordo com Braz, o principal destaque dentro do INCC foram os preços da Mão de Obra, que registraram um avanço de 1,81% em junho, ante alta de 0,75% no mês anterior.
Em contrapartida, os Serviços desaceleraram de 0,64% em maio para 0,18% neste mês, enquanto Materiais e Equipamentos foram de uma baixa de 0,06% para outra queda, agora de 0,15%.