O esforço esteve ali, durante todo o jogo. Mas, em um dia em que pouco deu certo, o Brasil caiu diante de um surpreendente Canadá em Bangkok pela Liga das Nações. A seleção de José Roberto Guimarães lutou e ensaiou uma reação quando a partida já parecia nas mãos das rivais. Mas, no fim, o time da América do Norte levou a melhor: 3 sets a 2, parciais 28/30, 25/22, 25/23, 21/25 e 17/15.
O Brasil volta à quadra nesta sexta-feira. A seleção enfrenta a Turquia em mais um duelo complicado na última semana da fase de classificação em Bangkok.
Pouco deu certo. Em alguns momentos, o Brasil pareceu crescer e se ajeitar. Do outro lado, porém, um time que queria muito uma vitória sobre um dos favoritos. Em ascensão no cenário mundial, o Canadá mostrou força. Com Gray e Van Ryk inspiradas, o time da América do Norte se aproveitou de um dia ruim do lado brasileiro. Gabi, desgastada depois de levar a seleção à vitória contra a Itália, marcou 20 pontos, mas não conseguiu evitar a queda.
Com a derrota, o Brasil segue em terceiro lugar na tabela da Liga das Nações, atrás de Estados Unidos e Polônia. São sete vitórias em dez jogos, com 21 pontos somados. O Canadá, por sua vez, pula para oitavo e segue firme na briga por um lugar na fase final. O time da América do Norte aposta suas fichas no confronto direto contra Itália e Holanda, que também buscam a classificação, nas últimas rodadas.
Foi um início acelerado do lado de lá. Com jogadoras em ascensão no cenário mundial, o Canadá quis dar trabalho. Em um ace de Van Ryk, as rivais abriram 4/1. Mas o Brasil, aos poucos, foi buscar. No bom saque de Thaísa, a bola veio limpa na sobrea para Gabi só empurrar e empatar em 7/7. A seleção encaixou uma boa sequência de pontos na passagem de Thaísa pelo saque e logo abriu 10/7.
Parecia um Brasil mais encaixado em relação ao jogo contra a Itália. Mas o Canadá soube esperar para voltar a fazer frente. Em um ataque para fora de Gabi, diminuiu a diferença para apenas um ponto – 18/17. O jogo seguiu duro, e as rivais passaram à frente em 21/20 depois de um bloqueio de Howe sobre Rosamaria. Zé Roberto, então, mandou Pri Daroit à quadra no lugar de Julia Bergmann. O Brasil precisou se virar para levar a melhor. Salvou quatro set points e chegou à vitória após erro de ataque de Van Ryk: 30/28.
O início do segundo set repetiu o do primeiro. O Canadá abriu 4/1 ao pressionar a linha de passe do Brasil – Pri Daroit, que entrara no lugar de Julia Bergmann, seguiu em quadra. Na passagem de Rosamaria pelo saque, porém, a seleção conseguiu tomar a dianteira. Foi pelas mãos dela, escalada como oposta, que o time abriu 9/7 no placar. Mas o Canadá foi buscar mais uma vez e chegou a 15/12 depois de mais um erro de ataque das brasileiras com Rosamaria.
Elas também cometiam seus erros. Van Ryk atacou na rede e deu o empate de graça para o Brasil. Howe também atacou mal, na antena, e permitiu a virada em 16/15. A vantagem brasileira foi passageira. Em um ataque para fora de Rosamaria, o Canadá abriu 20/18, e Zé Roberto parou o jogo. O número de erros aumentou – e muito. Com problemas na definição e no saque, o Brasil abriu espaço para o Canadá acelerar rumo ao fim do set: 25/22.
O Canadá se empolgou. Na volta à quadra, acertou os passos e abriu 9/3 com dois pontos de bloqueio em sequência, com King e Maglio. Foi a senha para que Zé Roberto mudasse o time, mais uma vez nas pontas. Pri Daroit deu lugar a Maiara Basso, e Nyeme entrou na vaga de Natinha. As mudanças fizeram o Brasil tirar um pouco da diferença.
O Canadá abriu 2/0 no último set, mas o Brasil foi buscar. No bloqueio de Carol, a seleção passou à frente em 3/2. Mais atento e vibrante, o time brasileiro acelerou. Com um bloqueio de Carol, abriu 9/6 e obrigou o pedido de tempo do lado de lá. O Canadá foi buscar. Na marra, empatou o jogo em 11/11 com um bom ataque de Gray. A virada veio em mais um ponto da ponteira. Zé Roberto, então, parou o jogo.
A seleção conseguiu buscar mais uma vez. Assim como na partida contra a Itália, a arbitragem roubou a cena. A campainha soou no meio de um ponto brasileiro e gerou muita reclamação do lado canadense. Os dois times tiveram os primeiros match points em mãos, mas desperdiçaram. No fim, porém, o Canadá levou a melhor: 17/15.