A Prefeitura de Nova Iguaçu, que recentemente criou a Superintendência de Pesquisas Arqueológicas com o objetivo de descobrir, pesquisar e preservar relíquias encontradas no município, deu início a escavação na área da Câmara e Cadeia da antiga Vila de Iguassú, que pertence ao Parque Histórico e Arqueológico de Iguassú Velha. Em dois dias de trabalho já foram encontrados fragmentos de louças, garrafas, metais, vidros e cerâmicas. Todo o material será levado para um laboratório montado na antiga estação ferroviária de Tinguá, também restaurada pela prefeitura, para ser higienizado e analisado, identificando a origem e época dele.
A superintendência, comandada por Diogo Borges, mestre em arqueologia pelo Museu Nacional, iniciou a escavação após autorização dada em abril pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No Parque Histórico e Arqueológico de Iguassú Velha, na região de Tinguá, há a expectativa de encontrar objetos arqueológicos indígenas, que ocuparam a Baixada Fluminense há aproximadamente 10 mil anos.
– Estamos no início da etapa da pesquisa arqueológica no parque. A escavação acontece num terreno de 120 metros quadrados, que está dividido em quadrados de dois metros quadrados para os trabalhos de pesquisa. Escavamos 10 centímetros de cada vez e já estamos em 40 centímetros escavados. Usamos ferramentas manuais, como enxada, colher de pedreiro, pá e alavanca. Depois, esse material passa por um processo de refinamento em uma peneira para ser separado – afirmou Diogo Borges.
Assim que a escavação for concluída na área da Câmara e Cadeia da antiga Vila de Iguassú, ela será iniciada em outros pontos, como o Porto da Praça do Comércio de Iguassú, Torre Sineira da antiga Igreja Matriz, cemitério de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e outros portos existentes no antigo leito do rio Iguaçu, que foi retificado no início do século XX.