Após quase 40 dias, o Vasco retorna para casa. Nesta quinta, às 20h, contra o Goiás, o time reencontrará São Januário lotado. A torcida comprou o barulho e esgotou todos os ingressos antecipadamente. Bom sinal para o clube, que conta com apoio dos vascaínos para sair da má fase. Um novo tropeço, no entanto, tende a deixar a situação insustentável.
O longo período longe de São Januário se deu porque, nesse tempo, o Vasco jogou três vezes como visitante (com São Paulo, Fortaleza e Inter) e mandou o clássico contra o Flamengo no Maracanã. O último jogo no seu estádio foi a derrota por 1 a 0 para o Santos, no dia 14 de maio.
A pressão é enorme. Os dez dias sem jogos mudaram o foco do futebol para o mercado de transferências e para a problemática relação entre SAF e clube, mas todas as atenções estarão voltadas, nesta quinta, para dentro de campo. Diretor-esportivo do grupo da 777 Partners, o alemão Johhanes Spors está no Rio de Janeiro e vai acompanhar a partida em São Januário.
Uma vitória não tira o Vasco da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, mas aliviaria a tensão. Qualquer outro resultado, no entanto, aumentará a temperatura, que já está alta. Em caso de tropeço, é grande a possibilidade de mudanças no departamento de futebol, especialmente na comissão técnica. O treinador Maurício Barbieri chega à partida muito pressionado, mas o trabalho do departamento de futebol e da gestão da SAF também vem sendo questionado, embora os dirigentes tenham respaldo da 777. O CEO Luiz Mello revelou nesta semana que vem recebendo ameaças de morte.
Os mais de dois meses sem vitória aumentaram as críticas em relação ao treinador. A última vez que o time venceu foi em 15 de abril, contra o Atlético-MG, na estreia no Brasileirão. Desde então a equipe soma três empates e seis derrotas. Além disso, perdeu seus últimos cinco jogos.
O péssimo momento colocou Maurício Barbieri na berlinda, mas o treinador vem tendo respaldo do departamento de futebol. A direção aposta na chegada de reforços na janela de transferências, que abre em menos de duas semanas, no dia 3 de julho, para qualificar o elenco para o treinador. No entanto, serão necessários bons resultados até lá para baixar a pressão e dar tranquilidade para a sequência do trabalho.
A pressão vem de todos os lados. A maior parte da torcida já perdeu a paciência e cobra mudanças há algumas semanas. Internamente, entre dirigentes do clube associativo, também há o entendimento de que o trabalho já deveria ter sido interrompido. As partes se reuniram nesta quarta-feira, e o momento do futebol foi pauta. O diretor Paulo Bracks e a parte esportiva da 777, porém, acreditam na recuperação de Barbieri.
Uma vitória nesta quinta é fundamental para que as convicções sejam mantidas. Internamente, dirigentes do Vasco tratam a partida contra o Goiás como uma “decisão”.
Para se reconectar com o torcedor, o Vasco fez promoção de ingressos. A torcida gostou e esgotou rapidamente as entradas. Resta agora o time fazer sua parte e resgatar o apoio de seus torcedores.