Um frente fria associada ao ciclone extratropical que se formou no Sul do país nesta semana deve deixar o tempo instável em boa parte do Centro-Sul nos próximos dias.
O ciclone que se formou na quinta-feira (24/10) causou ventos de mais de 100 km/h e fortes tempestades em algumas cidades do Rio Grande do Sul.
De acordo com a Climatempo, apesar da força das rajadas, o sistema não vai passar diretamente acima do Sul e do Sudeste e não vai avançar pela costa dessas regiões. A previsão é que já nessa sexta (25/10) o ciclone se desloque para alto-mar.
Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC-RJ) e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) seguem monitorando as chuvas que atingem o Estado, desde a tarde de quinta-feira (24.10/10), em todo o território.
Até o momento, há registro de mais de 140 ocorrências relacionadas às precipitações no estado, a maioria absoluta referente a cortes de árvores. Em Nova Iguaçu, há relatos de que fortes rajadas de vento teriam provocado a queda de um muro, causando três mortes. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil.
O CBMERJ atua no atendimento às emergências, nos 92 municípios, com apoio de viaturas de salvamento e resgate, ambulâncias, embarcações, drones e aeronaves, além de equipes de especialistas em desastres.
O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN-RJ) acompanha, 24 horas por dia, as condições meteorológicas e os níveis pluviométricos no território fluminense, enviando alertas para os municípios, quando necessário.
Aviso Meteorológico
Até a madrugada de sábado (26.10), há previsão de pancadas isoladas de chuva moderada a forte, acompanhadas de rajadas de vento e raios em todo o território fluminense.
Riscos
Neste momento, o risco relacionado de deslizamentos, inundações e alagamentos é considerado moderado a muito baixo no estado.
O monitoramento segue em tempo real e qualquer alteração ou intensificação das condições climáticas pode levar à elevação dos níveis pelo CEMADEN-RJ (https://painelcemadenrj.defesacivil.rj.gov.br/monitoramento/v2/mapa/).
Segundo Caetano Mancini, mestre em meteorologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o afastamento do ciclone para o oceano, a frente fria que segue o fenômeno é que deve provocar chuva ao longo do fim de semana.
“No fim de semana, o risco de tempestades será bem menor. O que deve predominar é mais aquela chuva intermitente”, prevê o meteorologista da Tempo OK.
Demais regiões do país
As regiões ao leste do Rio Grande do Sul, boa parte do Paraná e de Santa Catarina, sul do Mato Grosso do Sul, extremo sul de Goiás, São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e oeste do Rio de Janeiro podem registrar acumulados de até 100 milímetros por dia, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Nesses locais, as chuvas previstas foram classificadas pelo Inmet em um aviso meteorológico “laranja”, que qualifica as chuvas como de “perigo”. (saiba mais abaixo)
Já nas regiões Norte e Nordeste, Mancini destaca que o predomínio deve ser de tempo firme, com algumas pancadas localizadas, especialmente no oeste da região Norte.
Corredor de umidade
Segundo o Inmet, a frente fria que avança pelo Oceano Atlântico junto ao comportamento dos ventos na atmosfera devem favorecer a formação de um corredor de umidade que deve se estender da região amazônica até o Sudeste.
Esse cenário é potencial para a configuração da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Para que a ZCAS se estabeleça, é necessário que o canal de umidade persista por ao menos quatro dias consecutivos.
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) se caracteriza por uma extensa faixa de nuvens que normalmente vai do Norte ao Sudeste do país. O sistema é responsável por manter o tempo instável nessas regiões, gerando acumulados consideráveis de chuva.
Queda nas temperaturas
Com o avanço da frente fria, a tendência é que boa parte dos estados do Centro-Sul tenham queda nas temperaturas.
Depois de uma sequência de dias com tempo abafado, as máximas devem cair gradualmente ao longo do fim de semana.
Em São Paulo, por exemplo, o sábado (26) deve ter máxima de 26°C, mas no domingo (27), as temperaturas não passam dos 20°C.
No Rio de Janeiro, a diferença entre as máximas previstas para sábado e domingo é ainda maior. A capital fluminense deve ter um sábado ainda de muito calor, com 34°C, e um domingo mais ameno, com termômetros na casa dos 24°C.
No Sul, a expectativa é de um domingo também mais frio. A máxima não passa dos 17°C em Curitiba e dos 23°C em Florianópolis.