O Supremo Tribunal Federal (STF) prossegue nesta terça-feira (13) com as audiências de instrução e julgamento na ação penal sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Oito testemunhas de acusação foram intimadas pelo relator, o ministro Alexandre de Moraes. Todas serão ouvidas pelo desembargador Ailton Vieira, juiz auxiliar do gabinete, por videoconferência, a partir da sede do STF, em Brasília. Iniciadas na segunda-feira (12), as audiências seguirão até sexta-feira (16), sempre a partir de uma hora da tarde.
Entre as testemunhas estão Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora; o delegado Rivaldo Barbosa e os dois agentes responsáveis pelas investigações do caso na Polícia Federal. Fernanda Chaves estava ao lado de Marielle no carro que foi metralhado pelo ex-policial militar e réu confesso Ronnie Lessa. No depoimento prestado nesta segunda-feira (12), ela disse que não foi atingida porque Marielle foi seu escudo. Confirmou, também, que a vereadora defendia pautas de habitação em áreas da zona oeste do Rio de Janeiro, comandadas por milícias.
Os réus no processo são os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, este último deputado federal, sem partido. Eles integram uma tradicional família de políticos da zona oeste carioca. Também figuram entre os acusados de participação no crime o ex-chefe da Polícia Civil na época, delegado Rivaldo Barbosa; o major da PM, Ronald Paulo de Alves Pereira, e o ex-assessor de Domingos Brazão no Tribunal de Contas do Estado, Robson Calixto Fonseca. Todos estão presos.
De acordo com a Polícia Federal, o assassinato ocorreu a mando dos irmãos Brazão, com a participação do delegado Rivaldo Barbosa. E o objetivo era proteger os interesses econômicos de milícias.