As Forças de Segurança realizam o segundo dia da Operação Ordo, em regiões da Zona Oeste conflagradas pela disputa de territórios entre traficantes e milicianos, nesta terça-feira (16). Policiais civis e militares voltaram a atuar nas comunidades do Cesar Maia, Cidade de Deus, Fontela, Gardênia Azul, Morro do Banco, Muzema, Rio das Pedras, Sítio do Pai João, Terreirão e Tijuquinha. Até o momento, não há registro de prisões e apreensões.
As comunidades alvos da operação ficam nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Itanhangá, Recreio, Vargem Grande e Vargem Pequena. A Ação Estruturada conta ainda com agentes do Segurança Presente, da Divisão de Recaptura e Inteligência da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), da Prefeitura do Rio e Guarda Municipal, além das concessionárias de energia, água, gás e operadoras de serviços de telecomunicações.
Na manhã desta terça, viaturas da Polícia Civil já foram vistas circulando por ruas da Zona Oeste e o Grupamento Aeromóvel (GAM) da Polícia Militar também sobrevoa a região. Drones com câmeras de longo alcance auxiliam os trabalhos, por meio da leitura de placas e identificação por reconhecimento facial. As imagens da ação são geradas em tempo real para o Centro de Comando e Controle (CICC) Móvel, instalado ao lado da base do Barra Presente, na Avenida Ayrton Senna.
A ação teve inicio, na noite de segunda-feira, com sobrevoo de dois helicópteros equipados com faróis de busca e imageador térmico. O equipamento, que possui sensor de calor, captura imagens em alta resolução e é capaz de localizar pessoas armadas a quatro quilômetros de distância. A ferramenta colabora para encontrar suspeitos escondidos ou em fuga, que seriam difíceis de detectar com câmeras tradicionais ou a olho nu, especialmente em ambientes urbanos complexos.
Em entrevista ao ‘BDRJ’ da TV Globo, o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor dos Santos, explicou que a disputa de territórios entre os grupos rivais ocorre não só pelo domínio de pontos de venda de drogas, mas pela exploração de serviços essenciais, como gás e internet, já que têm mais consumidores. O objetivo é identificar as empresas que estão por trás do crime para que os territórios sejam retomados e as concessionários possam restabelecer os serviços.
O secretário declarou ainda que criminosos alvos da megaoperação podem ter fugido para outras comunidades.
“A gente acredita que uma operação que mobiliza duas mil pessoas, dois mil policiais, é natural que fiquem sabendo dessa movimentação. Eles podem não saber que foi nessa ou naquela comunidade, mas acabam sabendo que vai haver uma megaoperação do Estado e acabam se refugiando”, continuou Santos, que reforçou que a operação não tem prazo para encerrar e, a partir de dados levantados, pode se estender para outras regiões.
Em coletiva de imprensa para apresentar o balanço da Operação Ordo, na segunda-feira (15), o governador do Rio, Cláudio Castro, já havia relatado denúncias de que a operação foi vazada, que foram encaminhadas às corregedorias das polícias Civil e Militar. “Vamos punir severamente aquele que deveria estar do nosso lado e está perto para coletar informação”, declarou na ocasião.