A forte chuva que a população do Rio Grande do Sul enfrentou, e que ainda alaga diversas regiões do estado, mobilizou todos os brasileiros. No primeiro momento, milhares de doações de roupas e alimentos foram feitas. Em seguida, centenas de pessoas enfrentaram as enchentes para trabalhar como voluntários.
Agora, um movimento vem ganhando força: o apoio da população para a compra de produtos produzidos pelos gaúchos. Uma pesquisa exclusiva, realizada pela Associação de Supermercado do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), traçou um perfil do comportamento dos cariocas, quanto à iniciativa de comprar itens fabricados no Sul. Segundo o levantamento, 88,1% dos cariocas pretendem comprar produtos gaúchos nos supermercados. Outros 62,6% já estão comprando itens produzidos na região, com o objetivo de apoiar os negócios duramente afetados pelas enchentes.
Para o primeiro vice-presidente da Associação das Américas de Supermercados e presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, os cariocas estão empenhados em apoiar o Rio Grande do Sul. “O levantamento revelou que para 88% dos cariocas, a identificação dos produtos de origem gaúcha nas gôndolas poderia incentivar a compra desses itens. Já verificamos que diversos associados, ou seja, supermercadistas, estão realizando essa iniciativa. É uma forma generosa, eficaz e inteligente de contribuir com o povo do Sul, tão duramente afetado pelas fortes chuvas”, destaca o executivo.
Consumo consciente de arroz
Apesar do Rio Grande do Sul ser responsável por boa parte do arroz produzido no Brasil, e já terem colhido 83% da safra deste ano, eles ainda podem enfrentar alguma dificuldade para escoar, com velocidade, a sua produção em decorrência de vias e estradas danificadas. Diversas iniciativas foram tomadas, como, por exemplo, zerar impostos para importação de três tipos de arroz até o fim do ano.
Porém, se não houver uma conscientização da população, os supermercadistas podem enfrentar dificuldade para repor rapidamente o produto nas prateleiras. O estudo da ASSERJ mostra que 87,5% dos cariocas não estão armazenando arroz em excesso em suas residências e apenas 12,5% revelaram ter feito.
A pesquisa também indagou os cariocas sobre as consequências de estocar arroz, que vão desde a impossibilidade dos menos favorecidos economicamente de comprar o produto, até o aumento nos preços. A boa notícia é que 66,5% dos entrevistados revelaram ter essa consciência e apenas 33,5% informaram desconhecimento.
Segundo Queiróz, os números comprovam a importância de ter tratado do tema com seriedade e transparência, desde o início. “Fomos a primeira associação a alertar sobre a probabilidade de o problema ocorrer. Nosso intuito foi alertar e conscientizar a população para não fazer estoques desnecessários que impulsionam a injustiça social e o aumento de preço”, ressalta.
Por fim, outros 58,1% dos entrevistados demonstraram saber que, nesse momento, ao substituir o arroz por outros alimentos, está ajudando a equilibrar o valor e a oferta do produto no mercado.
A sondagem ocorreu entre os dias 20 e 21 de maio e contou com a participação de 487 consumidores na cidade do Rio de Janeiro, em bairros das zonas Sul, Norte e Oeste.