Cientistas do Japão identificaram um tipo de tratamento que pode ser uma alternativa a métodos tradicionais de combate à endometriose, como as terapias hormonais e a cirurgia. Os pesquisadores da Universidade de Nagoya afirmam que um determinado grupo de bactérias pode estar vinculado à doença e, com isso, o tratamento com antibióticos pode ser eficaz.
A endometriose ocorre quando o tecido especializado que reveste a parte interna do útero, o endométrio, começa a aparecer em outras regiões do corpo, principalmente na região pélvica, como bexiga, rins e ovários. Esse contato, junto a alterações nas taxas de estrogênio, pode levar a inflamações e sangramentos. A doença inflamatória crônica compromete de 10% a 15% das brasileiras em idade fértil, ou seja, entre 12 e 48 anos. Por ter sido descoberta recentemente, as causas ainda são misteriosas.
De acordo com o portal “SIC Notícias”, os pesquisadores fizeram um estudo com 155 mulheres no Japão e encontraram bactérias da classe Fusobacterium no útero de 64% das que tinham endometriose e 7% das que não tinham. O estudo também envolveu experiências com ratos de laboratório, que foram infectados com as bactérias. O experimento mostrou que o uso de antibióticos poderia reduzir o tamanho e a frequências das lesões relacionadas à doença.
Ainda de acordo com o portal, os responsáveis pelo estudo ressaltam que ainda precisam fazer outras experiências para confirmar a descoberta, que foi publicada na revista científica Science Translational Medicine.
Mulheres com endometriose costumam sentir muita cólica no período menstrual, já que o endométrio não é totalmente expelido durante a menstruação por ter se deslocado para outras regiões do corpo. Também podem experimentar sangramentos intestinais, urinários e, durante a menstruação, fadiga e cansaço, além de dor intensa em relações sexuais.
Por se tratar de uma doença crônica, não há cura. Entretanto, a recomendação de especialistas é procurar um ginecologista especializado em endometriose se apresentar fortes cólicas. O médico deve fazer exame clínico minucioso e exames de imagem para fazer o diagnóstico. Atualmente, o tratamento mais convencional envolve o uso contínuo da pílula anticoncepcional ou do DIU medicado para fazer o bloqueio hormonal. Para casos graves, especialistas recomendam cirurgias para tratar as lesões ou mesmo retirar o útero e os ovários.