Nesta sexta-feira (09), cinco relatores da ONU emitiram um comunicado alertando que uma ação de militares de Israel que se disfarçaram de médicos para entrar num hospital da Cisjordânia pode ser considerado como um crime de guerra e que a operação resultou numa aparente ação de “assassinatos extrajudiciais”, onde três palestinos foram mortos.
Os relatores exigem que Israel realize uma investigação para punir essa ação, e caso isso não ocorra, é preciso que o Tribunal Penal Internacional, em Haia abra uma.
O documento foi assinado pelos relatores Ben Saul, Tlaleng Mofokeng, Morris Tidball-Binz, Margaret Satterthwaite e Francesca Albanese. Segundo eles, as mortes ocorreram em meio a um aumento alarmante de palestinos assassinados pelas forças israelenses em aparente violação de seu direito à vida na Cisjordânia desde o ataque de 7 de outubro de 2023. Naquele dia, Israel foi alvo de um ataque terrorista pelo Hamas que deixou 1,2 mil mortos.
A ação ocorreu no dia 29 de janeiro, onde cerca de dez membros da Agência de Segurança de Israel e policiais entraram no hospital de Ibn Sina, na cidade de Jenin. Eles estariam disfarçados de médicos, enfermeiras e mulheres civis. As câmeras de vigilância do local registraram quando eles entraram no hospital levando uma cadeira de rodas e uma boneca em um carrinho de bebê.
Israel declarou que os três homens estavam envolvidos em “terrorismo” de grupos armados palestinos. Mas segundo os relatores, “independentemente disso, Israel é sempre obrigado a respeitar a lei internacional de direitos humanos e a lei humanitária internacional”.