O estado de São Paulo registrou nesta quarta-feira (14) mais uma morte suspeita por febre maculosa, totalizando em quatro óbitos pela doença até o momento. Todas as pessoas estiveram em um mesmo evento realizado em Campinas, no dia 27 de maio, na Fazenda Santa Margarida, no Distrito de Joaquim Egídio. A Prefeitura de Campinas fechou o espaço, apontado como possível local de contaminação das vítimas, e determinou que somente após a apresentação de um plano de contingência ambiental e de comunicação a fazenda poderá ser reaberta.
A morte confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde de Campinas foi da adolescente de 16 anos, que estava internada em Campinas, no interior de São Paulo. Ela morreu na noite de terça-feira (13). As amostras continuam em análise para confirmar a causa do óbito.
Segundo a secretaria, o prefeito Dário Saadi convocou reunião de emergência com toda a área de saúde de Campinas para a manhã desta quarta-feira para discutir medidas de enfrentamento à febre maculosa.
Febre Maculosa
Se trata de uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato. A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.
O período de incubação da doença dura sete dias, em média, podendo variar de dois a 14 dias, ou seja, quando um carrapato infectado pela bactéria riquétsia pica a pele do hospedeiro humano, o indivíduo permanece assintomático por cerca de uma semana, em média. Somente após esse período, a doença manifesta os sintomas, muitas vezes repentinamente.
No início, a doença manifesta-se com mal-estar e frequentes com calafrios e tremores, depois há uma sensação de febre. Um ou dois dias depois, a febre sobe e se inicia uma forte dor de cabeça, sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças, principalmente doenças virais.
A doença precisa de tratamento para que não evolua com gravidade e manifeste sintomas gastrointestinais, quadros com vômitos, diarreia, necrose de extremidades, insuficiência renal aguda, choque séptico e dor abdominal, febre, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória entre outros.
A febre maculosa brasileira, é mais prevalente na região Sudeste, é uma doença que afeta várias partes do organismo, com alta frequência de manifestações hemorrágicas e, consequentemente, altas taxas de letalidade, que podem chegar a 55%.
O tratamento pode ser feito com medicamentos antibióticos, como tetraciclinas e cloranfenicol, a partir de prescrição médica e deve ser indicado no momento da suspeita.