Em sinal de redenção social, os jovens músicos brasileiros da orquestra Maré do Amanhã, sediada no Complexo da Maré, um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro, apresentaram, durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 24/01, algumas canções tradicionais argentinas apreciadas pelo Papa. Em especial Adiós Nonino, uma das mais famosas composições do argentino Astor Piazzolla.
O show faz parte da segunda turnê do coletivo pela Europa, que começou na segunda-feira (22/01), na Itália, e também fará passagens por Alemanha e Portugal. O grupo pretende utilizar a oportunidade para criar um núcleo em território português.
Vinícius Pereira tinha 19 anos e era um aluno da orquestra quando se apresentou para o Papa em 2017. Agora, com 25 anos, ele volta a tocar para o pontífice, mas desta vez como músico e professor. “É como o fechamento de um ciclo na minha vida. Espero que o Papa tenha percebido o quanto evoluímos de lá para cá e tenha se emocionado tanto quanto da primeira vez. É algo que jamais esquecerei.”
O projeto Orquestra Maré do Amanhã foi criado em 2010 pelo maestro Carlos Eduardo Prazeres. “É um privilégio sem igual tocar para o Papa pela segunda vez. Poucos grupos no mundo podem dizer que tiveram essa experiência. Nossos alunos, sem exceção, ficaram muito emocionados”, destaca Prazeres.
O grupo segue em turnê, com apresentações abertas em Roma, na Itália, em Berlim, na Alemanha e duas apresentações em Lisboa, em Portugal.
O coletivo Maré do Amanhã começou com 26 alunos, mas já alcançou 4.000 estudantes pelo complexo, com um segundo núcleo criado no Pará.