Um estudo recente, que foi publicado nesta segunda-feira (22) na revista JAMA Neurology por neuroquímicos da Suécia pode revolucionar o diagnóstico de Alzheimer, tornando o mais rápido e preciso, feito através de um exame de sangue simples, muito antes dos primeiros sintomas aparecerem.
O novo método de análise apresentado pelos pesquisadores permite identificar com precisão inédita a proteína p-tau, que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer. A ciência acredita que são as aglomerações e emaranhados formados por essas proteínas que pressionam o cérebro e levam a inflamações do órgão, desencadeando os sintomas. Os primeiros acúmulos de proteína podem aparecer até 20 anos antes dos sintomas da doença neurodegenerativa se tornarem evidentes.
Atualmente, para identificar o acúmulo de p-tau no cérebro, os pacientes são submetidos a uma tomografia cerebral ou punção lombar, que muitas vezes pode ser inacessível e dispendiosa.
Mas descobriu-se que este simples exame de sangue tem até 96% de precisão na identificação de níveis elevados de beta amiloide e até 97% de precisão na identificação de p-tau, de acordo com o estudo.
“O que foi impressionante com estes resultados é que o exame de sangue foi tão preciso quanto testes avançados, como testes de líquido cefalorraquidiano e tomografias cerebrais, para mostrar a patologia da doença de Alzheimer no cérebro”, disse Nicholas Ashton, professor de neuroquímica na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e um dos principais autores do estudo.
O teste se tornou o mais preciso entre todos os disponíveis no mercado e teve resultados comparáveis aos de exames de maior complexidade. Os testes de sangue usados atualmente são apenas indicativos — por serem imprecisos, não são usados para diagnóstico. Os exames mais definitivos, porém, são recomendados apenas para pessoas com parentes diretos com Alzheimer ou após o início dos sintomas.