Discursando pela primeira vez desde que foi escolhido como o presidente do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil segue com as negociações pelo fim do conflito bélico na Faixa de Gaza e pela libertação de todos os reféns pelo Hamas.
Lula ainda afirmou que é necessária a participação da comunidade internacional nas negociações que buscam a resolução pelo fim da guerra entre os dois estados e que sem uma “ação coletiva” as crises mundiais podem se multiplicar e se aprofundar.
“O Brasil continuará trabalhando pelo cessar fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação humanitária imediata de todos os reféns pelo Hamas. É fundamental que a comunidade internacional trabalhe para solução de dois estados, vivendo lado a lado em segurança e harmonia. Sem ação coletiva, essas múltiplas crises podem multiplicar-se e aprofundar-se.
Lula deu as declarações durante uma reunião inédita do G20, proposta pela presidência brasileira. Pela primeira vez, as trilhas de Sherpas e Finanças, as duas principais linhas que guiam os trabalhos do G20, estão se reunindo no início de um novo mandato. Os encontros são os primeiros da agenda de trabalho brasileira. A ideia do governo é unir desde o princípio os debates políticos com as possibilidades de financiamento das soluções propostas.
Ainda no discurso, Lula afirmou que o Brasil segue de “luto” com o conflito no Oriente Médio e voltou a criticar a morte de mulheres e crianças.
Preocupação com brasileiro mantido refém
Na última segunda-feira (11), Lula se reuniu com a irmã e a filha de Michel Nisembaum, cidadão brasileiro-israelense mantido como refém pelo grupo militante palestino Hamas. Uma das principais preocupações apontadas durante o encontro é que Michel Nisembaum depende de medicamentos especiais para tratamento de saúde e que não há informação se os remédios estão sendo fornecidos.
O Itamaraty confirmou em outubro que Nisenbaum estava entre os desaparecidos após ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro. Acredita-se que ele seja o único brasileiro que ainda é mantido como refém pelo grupo palestino.