Um levantamento do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais mostra como o racismo estrutural também chega às salas de aula, apesar de a população brasileira ser predominantemente negra. Entre 2010 e 2019, a parcela de estudantes negros que estavam atrasados na escola, ou seja, que se encontravam na distorção idade-série, era de 7,6% nos anos iniciais do ensino fundamental. A porcentagem representa um a cada seis alunos, bastante diferente da de brancos, que era de um a cada 13.
Em relação às turmas de ensino médio, as médias das porcentagens ao longo dos anos compreendidos foram, respectivamente, de 16,8% e 7,6%. Quanto ao ensino médio, o mesmo período de análise gerou uma média de 36% para negros e 19,2% para brancos.
Os especialistas do CEDRAS também recapitularam dados com semelhante recorte a partir da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua do IBGE. Um deles diz respeito ao ingresso de mulheres nas universidades. O que se viu foi que mulheres brancas de 18 a 24 anos de idade eram quase o dobro das mulheres negras.
Entre 2016 e 2019, eram 29,2%, contra apenas 16,5% de universitárias negras. Nesse intervalo, a parcela de negras aumentou levemente, de 15,2% para 16,9%, enquanto a de brancas permaneceu praticamente igual, mudando de 29% para 29,4%.