A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) agendou uma reunião com representantes das concessionárias Enel e Light para esclarecimentos sobre a falta de energia no estado. A decisão, tomada pelo colégio de líderes, foi anunciada pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), nesta terça-feira (21). Ainda nesta quarta-feira (22), bairros de São Gonçalo e Niterói, ambos na Região Metropolitana, continuam enfrentando interrupções no fornecimento de energia.
A interrupção no fornecimento de energia afetou vários municípios do Rio após as intensas chuvas do último sábado (18). Segundo as prefeituras de Niterói e São Gonçalo, cerca de 60 mil domicílios ainda estavam sem luz até o final da tarde de terça-feira (21).
A reunião da CPI dos Serviços Delegados, presidida pelo deputado Rodrigo Amorim (PTB), com os representantes das empresas de energia, está agendada para a próxima terça-feira (28), às 10h.
“Seremos incisivos na cobrança por um serviço de qualidade que as concessionárias devem oferecer à população. O que está ocorrendo em todo o Estado do Rio de Janeiro é inaceitável”, declarou o presidente Rodrigo Bacellar.
Outros deputados também manifestaram críticas às empresas. Tande Vieira (PP) formalizou uma moção de repúdio à Enel e Light, enquanto Filippe Poubel (PL) apresentou uma representação contra as concessionárias.
Falta de energia em Niterói e São Gonçalo Os moradores de Niterói e São Gonçalo realizaram protestos ao longo da semana devido à falta de energia. Até terça-feira (21), a Enel havia informado que 97% dos clientes afetados já tiveram o serviço normalizado. Na segunda-feira (20), a Justiça determinou o restabelecimento da energia em Niterói em até 6 horas, com multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O prazo expirou, mas a falta de luz persiste em algumas regiões.
A prefeitura de Niterói informou que os representantes da Enel solicitaram mais 48 horas para atender os cerca de 31 mil endereços ainda sem luz e se comprometeram a apresentar um plano operacional detalhado até terça-feira (21). No entanto, o prefeito Axel Grael não aceitou o prazo e exigiu o restabelecimento imediato do serviço, oferecendo apoio logístico da prefeitura para agilizar o trabalho, mas o problema ainda não foi resolvido.
Em São Gonçalo, a prefeitura ingressou com uma ação civil pública contra a Enel. Na tarde de terça-feira (21), moradores realizaram protestos no Rocha, na RJ-104 e BR-101.
A Enel Rio emitiu uma nota se solidarizando com os clientes afetados e pedindo desculpas pelos transtornos causados pelas fortes chuvas e ventos do sábado (18). A empresa afirmou que mais de 99% dos clientes afetados tiveram o serviço normalizado e que cerca de 900 equipes estão trabalhando para atender as ocorrências remanescentes. A empresa atribuiu a demora no restabelecimento do serviço à extensão das emergências e à destruição generalizada da rede elétrica.