O Fluminense parecia ter feito as pazes com a rede na vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino no último domingo, no Campeonato Brasileiro, mas foi ledo engano. Na derrota por 2 a 0 para o River Plate na Argentina, pela Libertadores, o Tricolor voltou a apresentar problemas ofensivos e passou em branco pela sexta vez nos últimos sete jogos.
Mas qual o diagnóstico? Veja alguns pontos críticos que o técnico Fernando Diniz precisa encontrar soluções:
Arias encaixotado
Os desfalques de Keno, Alexsander e Marcelo deixaram o time “capenga”: o lado esquerdo “morreu” ofensivamente (tanto que Pirani vem sendo um raro desafogo no setor quando entra no segundo tempo). E isso obviamente sobrecarregou o lado direito, onde joga Arias.
Isso facilitou a marcação adversária, que vem conseguindo anular um dos destaques do time tricolor. Coincidentemente, Arias ficou encaixotado, vigiado por dois ou três marcadores, nos jogos em que o Fluminense passou em branco (veja na imagem abaixo exemplos contra River e Flamengo).
Arias tem por vezes saído da direita para o meio, para tentar escapar da marcação. Foi assim que teve uma chance clara contra o River e chutou para fora. Os adversários sabem que se derem uma brecha, o colombiano pode decidir, como fez contra o Bragantino ao dar linda assistência para Ganso.
Cano sem confiança
O jejum de Cano de sete jogos sem fazer gols, a maior seca do argentino com a camisa tricolor, nitidamente tirou a confiança do artilheiro. Desde 2021, quando passou 10 partidas em branco pelo Vasco, que o atacante não tem uma fase tão ruim para empurrar a bola para a rede.
A bola já não chega tanto, mas continua chegando: foram 10 finalizações nessa sequência ruim do Fluminense. Se antes Cano era um dos destaques com seus arremates de primeira, tanto de direita quanto de canhota, agora tem errado mais que de costume ou se precipitado.
Contra o Bragantino, perdeu um daqueles gols que não costumava perder: cara a cara, bateu em cima do goleiro ao invés do contrapé, em lance anulado por impedimento que seria validade pelo VAR por estar em posição legal. E diante do River, teve uma bola no segundo tempo que caiu no seu pé bom, tinha tudo para um chute cruzado, mas preferiu tentar um passe improvável.
“Pés tortos”
O que é essencial para fazer gol? Há uma frase popular no futebol que “quem não chuta não marca”. Só que mais do que finalizar, é preciso finalizar certo. E isso também tem sido um dos grandes problemas.
Na atual sequência ruim, o time teve 66 finalizações em sete jogos (média de 9,4 por partida). O problema é que dessa quantidade, apenas 21 arremates foram na direção do gol (equivalente a só 31,8%).
Contra o River Plate, por exemplo, o goleiro argentino Armani só fez duas defesas: um chute de longe de Samuel Xavier no primeiro tempo, sem perigo, e uma cabeçada/ombrada de Cano, sem muita força, já na etapa final.