Foi marcada para esta segunda-feira (30) em Brasília uma reunião entre integrantes do governo federal e do governo do RJ para discutir a crise na segurança pública. Na semana anterior, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, e o governador Cláudio Castro (PL) anunciaram a formação de uma força-tarefa dedicada à investigação das fontes de lavagem de dinheiro das milícias e do tráfico de drogas.
O encontro, previsto para as 18h, na capital federal, contará com a participação não apenas de Cappelli, mas também do secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marcus Amim; do secretário-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione; do delegado do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, Gustavo Rodrigues; do delegado da Subsecretaria de Inteligência, Flávio Porto; além de procuradores do Ministério Público Federal e auditores federais.
O governador Cláudio Castro, do Estado do Rio de Janeiro, anunciou na terça-feira, 24 de outubro, a criação de um grupo de trabalho conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para investigar a lavagem de dinheiro envolvendo as máfias que atuam no território fluminense.
Essa parceria foi revelada após uma reunião com Cappelli, no contexto da colaboração entre os governos federal e estadual no combate às organizações criminosas. Na segunda-feira anterior, ataques em represália à morte de um miliciano em uma operação policial resultaram na queima de 35 ônibus e um trem.
O governador destacou a importância da integração entre as polícias Federal e Civil no combate à lavagem de dinheiro, ressaltando que esse é um aspecto crítico para asfixiar financeiramente as máfias. Ele enfatizou o desejo de obter resultados sustentáveis que enfraqueçam essas organizações criminosas e melhorem a qualidade de vida da população.
Antes desse anúncio, Cappelli já havia mencionado que a criação da força-tarefa visando “seguir o dinheiro do crime” havia sido uma sugestão de Castro. O governador informou que o grupo de trabalho contará com a participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros.
Sobre a necessidade de intervenção federal, o governador enfatizou que não a vê como necessária neste momento e que a integração é a abordagem mais adequada. Pela manhã, Castro também defendeu penas mais rigorosas para o que ele chamou de “crimes de terrorismo”, como os ataques a meios de transporte. Ele ressaltou a importância de endurecer a legislação ou evitar que o estado se transforme em uma situação semelhante à de México e Colômbia.
O governador explicou que dos 12 detidos nos ataques, 5 permaneceram sob custódia, um menor foi apreendido, e 6 foram liberados devido à falta de provas, com a previsão de serem transferidos para presídios federais.