O único médico sobrevivente do grupo de ortopedistas que foi alvo de um ataque nesta quinta-feira, na Barra da Tijuca, é Daniel Sonnewend Proença, com 32 anos de idade. Ele passou por uma cirurgia que se estendeu por quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Proença teria sido atingido por 14 tiros, incluindo dois de raspão, que resultaram em 24 perfurações em seu corpo. As lesões afetaram o tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé. Dois projéteis permaneceram alojados em seu corpo, enquanto um terceiro foi removido pelos médicos, sendo encaminhado para análise pela Polícia Civil. Um projétil ainda permanece alojado na região da escápula, próxima ao ombro.
Quanto ao estado de saúde do médico, ele encontra-se estável, foi transferido para um hospital particular, está consciente e respirando sem a necessidade de aparelhos de suporte. Após ter sido baleado, Daniel foi rapidamente socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, situado a 10 quilômetros do local do incidente, e submetido à cirurgia em apenas 14 minutos após a sua chegada à unidade médica. O tempo de resposta ágil desempenhou um papel fundamental em sua sobrevivência.
A cirurgia envolveu uma equipe de 18 profissionais, incluindo quatro ortopedistas, quatro anestesistas, quatro cirurgiões gerais, um cirurgião vascular, dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem. O Hospital Lourenço Jorge dispõe de uma “sala vermelha” equipada com dispositivos encontrados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), possibilitando a realização de procedimentos emergenciais para casos de traumas, com foco no tratamento de hemorragias, que frequentemente são uma das principais causas de morte entre as vítimas de tiros que chegam vivas aos hospitais. Devido à perda de sangue, durante a cirurgia, o médico precisou receber transfusões. Uma das lesões mais graves envolveu o intestino, uma vez que o projétil atingiu uma artéria.