No momento em que a economia brasileira emite fortes sinais de crescimento, o comércio carioca recebeu com preocupação a notícia de que as compras parceladas no cartão de crédito sem juros podem acabar.
O comércio varejista, enquanto atividade do setor de serviços, este responsável por 70% do produto interno, caracteriza-se por 98% de micro e pequenas empresas, bem como pela elevada empregabilidade ao fazer a ponte entre produção e consumo.
Muito dependente do consumo das famílias, que representa perto de 70% do PIB pela ótica da despesa, este tem no crédito esteio para alavancar as vendas. Esse sistema faz com que o consumidor possa adquirir bens, saciando necessidades e melhorando a qualidade de vida. O parcelamento suscita maiores condições para que o consumidor possa arcar com compras sem colocar em risco o seu bem-estar.
A informação de que existem estudos para encerrar as compras parceladas no cartão de crédito sem juros, joga um balde de água fria no comércio, por ameaçar acabar com uma prática que se tornou usual para a efetivação de vendas e a sustentabilidade dos negócios – assim como para levar satisfação aos consumidores.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio, a informação surge exatamente no instante em que o comércio tem a perspectiva de incrementar vendas neste término de ano, e quando o próprio governo reviu para cima as expectativas de crescimento da economia para este ano, hoje em 3,2% – variação que poderá suplantar a performance do ano passado.
“O comércio carioca e o CDLRio e o SindilojasRio posicionam-se contra a ideia, considerando alguns pontos cruciais para o varejo, como a importância do uso do cartão de crédito para as vendas; para facilitar consumo; e o beneficiamento que o parcelamento sem juros proporciona para que as famílias possam usufruir de maior conforto material, melhorando suas condições de vida. Diante disso, esperamos sensibilizar as autoridades para que o problema do endividamento passe por outras iniciativas, como a educação financeira, e por outras práticas e processos de conscientização para fins do uso racional e objetivo do crédito, dada à transversalidade do tema”.
“Nesse sentido pedimos que não sejam tomadas medidas que possam vir a prejudicar o desempenho da atividade comercial em suas funções primordiais na economia, em face da sua importância para o PIB, atendimento das necessidades das famílias de consumo e por constituir-se no vetor do crescimento econômico, ao conectar interesses da produção com os da demanda de bens”, conclui Aldo Gonçalves.