O governo argentino lançou um programa de auxílio para trabalhadores informais, em uma tentativa de mitigar os impactos da inflação, que atingiu níveis não vistos em 30 anos, a menos de um mês das eleições presidenciais.
A iniciativa, que beneficiará entre dois e três milhões de pessoas, foi anunciada na terça-feira pelo ministro da Economia e candidato presidencial, Sergio Massa, no último dia em que a lei permite que ele participe de eventos governamentais.
O bônus totaliza 94.000 pesos argentinos (equivalente a 256 dólares ou 1.272 reais) e será pago em duas parcelas, em outubro e novembro. Seu financiamento será obtido por meio de um adiantamento de impostos sobre o setor bancário e financeiro. O ministro explicou: “Para garantir que essa medida não afete as finanças públicas e que possamos continuar mantendo a disciplina fiscal, sem prejudicar nossa capacidade de ajudar os setores mais vulneráveis, decidimos implementar um adiantamento extraordinário do imposto de renda sobre as empresas que mais se beneficiaram com a desvalorização causada pelo Fundo Monetário Internacional, principalmente bancos, empresas financeiras e seguradoras.”
A taxa de inflação na Argentina aumentou após uma desvalorização de cerca de 20% em 14 de agosto, um dia após as eleições primárias que deixaram o governo como a terceira força mais votada. De janeiro a agosto deste ano, o índice de preços ao consumidor acumulou um aumento de 80,2%, e a inflação nos últimos 12 meses ultrapassou 120%.
Essa medida anunciada na terça-feira se junta a outras medidas fiscais recentes destinadas a auxiliar os trabalhadores.
Nas eleições presidenciais marcadas para 22 de outubro, as pesquisas indicam como favoritos Sergio Massa, da coalizão governista União pela Pátria (peronistas), e Javier Milei, um candidato de extrema direita e antissistema que surpreendeu nas primárias ao obter a maior votação, com 30%.