O Rio de Janeiro enfrenta um déficit de cerca de um milhão de árvores, especialmente nas zonas Norte e Oeste, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Bairros como Cordovil, Santa Cruz e Bangu possuem uma cobertura vegetal significativamente baixa. Por outro lado, áreas como Jardim Botânico, Gávea, na Zona Sul, e Grajaú, na Zona Norte, têm mais árvores.
O aumento das temperaturas na cidade, agravado pelo aquecimento global e pelo fenômeno climático El Niño, é uma preocupação crescente para os pesquisadores. A falta de áreas verdes tem um impacto direto na sensação térmica, com áreas menos arborizadas experimentando temperaturas até 5 graus Celsius mais altas em comparação com locais com vegetação.
Outro estudo realizado pelo Observatório do Calor da UFRJ revela que a diferença de temperatura entre bairros com maior e menor quantidade de árvores pode chegar a 11 graus Celsius. Além da presença de árvores, outros fatores, como a proximidade da brisa marítima, rios, lagoas e o tráfego de veículos, também influenciam a temperatura média de um bairro.
Por todas essas razões, Madureira, na Zona Norte do Rio, é identificado como o bairro mais quente da cidade. Para lidar com esse desafio, especialistas enfatizam a necessidade de políticas públicas e o comprometimento de diversos setores da sociedade, desde o planejamento urbano até as áreas de meio ambiente, transporte e educação. Uma ação conjunta envolvendo agentes públicos e privados e a sociedade civil é vista como fundamental para enfrentar esse problema crescente.