Matheus dos Santos Silva foi condenado pelo Tribunal do Júri da 3ª Vara Criminal de Niterói a 28 anos de prisão pela morte de Vitórya Melissa Mota, de 22 anos, em uma das praças de alimentação do Plaza Shopping, em Niterói. O veredito saiu no fim da madrugada desta sexta-feira (22).
Ele foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado — por motivo torpe, emprego de meio cruel, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio.
Vitórya foi esfaqueada no dia 2 de junho de 2021, pelo colega do curso de enfermagem, perto da cafeteria onde trabalhava, no Plaza Shopping. Segundo amigos da vítima, Matheus “nutria um amor não correspondido” pela vítima, que se negou a se relacionar afetivamente com ele e ao dizer que só tinha sentimento de amizade. Matheus comprou a faca no shopping minutos antes de esfaquear a jovem. Ele só parou com os ataques porque uma testemunha o segurou.
A vítima chegou a ser levada para um hospital da região, mas já chegou sem vida ao local. Matheus foi preso em flagrante.
Sentença
A juíza Nearis Carvalho Arce disse que “o réu agiu com extrema voracidade, somente cessando as agressões após ser retirado de cima da jovem vítima, que já chegou ao hospital sem vida”.
“Revelam-se claros, portanto, a frieza e o menosprezo pela vida humana durante o desempenho da empreitada criminosa praticada pelo réu ao desferir sucessivos golpes de faca contra Vitorya, mesmo após estar caída ao chão, a despeito de todo o tumulto causado no entorno pelas inúmeras pessoas que se encontravam no local”, descreveu.
“A jovem vítima de apenas 22 anos foi retirada do seio familiar precoce e brutalmente, causando inquestionáveis danos psicológicos aos familiares mais próximos desta, em especial a mãe (…), que passou a necessitar inclusive do uso de remédios e calmantes para ao menos conseguir dormir”, prosseguiu a magistrada.
“O crime foi praticado na praça de alimentação do shopping mais movimentado da cidade, em horário de almoço, o que por si só já revela as nefastas consequências inclusive para terceiros que ali também se encontravam, inclusive certamente menores de idade, que presenciaram a barbárie praticada pelo réu e, em seguida, a vítima agonizando ao chão, totalmente indefesa”, destacou.