Os marisqueiros da Ilha da Boa Viagem, na zona sul de Niterói, agora são reconhecidos como comunidade tradicional no município. Graças a decreto assinado na última segunda-feira, 18, pelo prefeito Axel Grael, e publicado no Diário Oficial da Prefeitura nesta terça-feira, 19.
Segundo o decreto, a Ilha da Boa Viagem é um local de grande relevância histórica e natural, sendo de extrema importância para o patrimônio cultural municipal. O texto legaliza a prática nas praias de Niterói e permite maior fiscalização sobre o manuseio dos mariscos. Com a publicação do decreto, este começa a valer.
“Reconhecer a atividade dos marisqueiros como algo tradicional da cidade, além da importância simbólica também vai permitir que esses trabalhadores sejam formalizados, o que vai facilitar a inclusão deles em diversos serviços públicos, como aconteceu, por exemplo, com o auxílio emergencial que a prefeitura deu durante a pandemia de Covid-19”, explica o prefeito Axel Grael.
O reconhecimento da atividade dos marisqueiros é fruto de um trabalho em parceria da prefeitura de Niterói com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que desenvolveu o projeto “Futuro Próspero da Produção de Mexilhões em Niterói: da Tradição ao Dinamismo”. Através da proposta, pesquisadores da universidade atuam no desenvolvimento econômico e social da maricultura. A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA) e conta com o apoio da Fundação Euclides da Cunha (FEC).
A marisqueira Salete Ferreira comemorou o reconhecimento de sua profissão.
“Eu estou muito feliz, porque eu não vou precisar esconder o meu material para trabalhar. Eu não vou precisar de dinheiro, vou trabalhar e ganhar o meu dinheiro, como eu sempre fiz. Agora, eu tenho o meu espaço para trabalhar. Então, eu só tenho que agradecer a a prefeitura essa oportunidade”, disse Salete Ferreira.