O Porto do Açu, empreendimento privado situado São João da Barra, segue em crescimento. Só no primeiro semestre deste ano a movimentação de cargas foi de 40 milhões de toneladas, enquanto em todo o ano de 2022, o volume ficou na casa dos 60 milhões. Em entrevista à coluna, Vinícius Patel, diretor de Administração Portuária, garante que o ritmo segue intenso, com uma média de 510 navios por mês: “A gente segue em um ritmo muito forte, beirando os 50% de crescimento”. Patel ainda comentou sobre os recentes contratos fechados, afirmando que o Açu se posiciona como Porto da transição energética no país.
Atualmente o Porto do Açu conta com 21 empresas instaladas. Segundo Vinícius, é uma curva crescente, com resultados significativos a cada ano. Os movimentos mais recentes foram a assinatura do contrato com a Petrobras, para apoio no descomissionamento das plataformas da Bacia de Campos. São 26 unidades. “A gente faz uma recepção das unidades, uma preparação, com toda questão biológica de limpeza, já que ela fica no mar exposta ao crescimento biológico nos cascos e tudo mais. Toda uma parte de remoção de materiais, resíduos, e alguns fornecimentos para então ser destinado para fazer toda a atividade de corte e destinação final desses materiais”, contou.
Recentemente também houve a assinatura de um acordo com a Ocean Winds, para o desenvolvimento de projetos de produção de energia eólica em alto mar. Vinícius lembrou que existem mais dois memorandos nesse sentido, com a Neoenergia e a EDF. Para ele, a produção da energia limpa uma possibilidade de industrialização nacional.
Ainda de acordo com o diretor de Administração Portuária do Açu, a rotina operacional da unidade conta com cerca de 7 mil pessoas envolvida. No entanto, salienta que entre os fixos e os que atuam nas construções de novos empreendimentos, hoje são cerca de 10 mil pessoas no Porto do Açu. Ele ainda destaca que há um crescimento da absorção da mão de obra local, assim como um fortalecimento de toda a cadeia do entorno do Açu.
Já em relação à Reserva Caruara, considera um ícone, “uma das mais completas estruturas abertas gratuitamente na região”. Falou das ações que são desenvolvidas, como o trabalho de limpeza da praia no último fim de semana. Sobre queixas de moradores locais em relação ao acesso à área preservada, disse que o Porto está aberto ao diálogo:
— O acesso de forma alguma é limitado. Existe um uso ordenado, que precisa de alguma forma respeitar, o período de defeso. O Porto não tem poder de polícia sobre as coisas. O Porto está ali com uma missão de defender. Se de alguma forma existe uma intenção, que seja movida até por agentes públicos, a gente só precisa assegurar que o bioma, o que a gente tem de riqueza natural, seja preservado. A gente vai estar aberto ao diálogo, como sempre esteve.