Através do programa “Sífilis Zero”, a Secretaria de Saúde de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, ampliou a disponibilidade de testes rápidos para a população. Este programa foi lançado na semana passada com o objetivo principal de reduzir a incidência de casos de sífilis, interromper a disseminação da doença e estabelecer um sistema de acompanhamento para os pacientes em tratamento.
Além disso, a Prefeitura esclarece que o programa visa sensibilizar tanto a população quanto os profissionais de saúde, com foco no diagnóstico precoce e tratamento adequado da sífilis adquirida, gestacional e congênita (transmitida da mãe para o feto).
Para receber atendimento, os pacientes serão encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Os testes rápidos podem ser agendados previamente através do site da Prefeitura, utilizando o Consulta Fácil, ou os pacientes podem procurar atendimento espontaneamente, dependendo da disponibilidade da unidade de saúde. O tratamento será realizado diretamente nas UBS, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde e a autonomia dos enfermeiros.
No caso de gestantes, o teste para sífilis é obrigatório durante a primeira consulta pré-natal. Essa medida também se aplica a gestantes com histórico de exposição a risco ou violência sexual.
Se o resultado do teste for positivo (indicativo de infecção), o tratamento é iniciado imediatamente, com exames adicionais (testes não treponêmicos – VDRL) realizados durante a primeira consulta, juntamente com a prescrição dos medicamentos necessários. Além disso, os parceiros sexuais também serão convocados para testagem e tratamento, caso o teste seja positivo.
Bruna Araújo, diretora de Auditoria, Controle e Avaliação (DACA) da Secretaria de Saúde, enfatiza a importância do trabalho das enfermeiras e observa que, anteriormente, os pacientes com sífilis eram atendidos nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs).
No caso de gestantes que não tenham sido tratadas durante o pré-natal, a maternidade assume a responsabilidade pelo tratamento, encaminhando a paciente para a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência, seguindo o protocolo estabelecido.
A assessora chefe da Vigilância Epidemiológica de Campos, Sílvia Campos Reis Martins, destacou que grande parte da equipe já recebeu treinamento através do Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde (Salus) e está preparada para atender à população da melhor maneira possível. O programa “Sífilis Zero” foi concebido para aprimorar os serviços de saúde no diagnóstico, tratamento e acompanhamento da sífilis na cidade. O programa Salus desempenha um papel crucial no monitoramento da doença no município, permitindo um acompanhamento mais ativo, inclusive para verificar a adesão ao tratamento e se o tratamento está sendo administrado de forma oportuna.
É importante destacar que a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode ter consequências graves, inclusive fatais. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, além de ser transmitida por meio de contato sexual desprotegido com um parceiro infectado. A doença pode causar feridas genitais, manchas na pele, inchaço dos gânglios linfáticos, problemas cardíacos e neurológicos em adultos. A sífilis tem três estágios: primário, secundário ou latente, e terciário, sendo que a terceira fase é a mais grave e pode afetar o coração, o sistema nervoso e os ossos. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar a disseminação da sífilis.