O Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, localizado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, está previsto para recuperar sua malha aérea próxima aos patamares pré-pandêmicos a partir do próximo mês. Isso é resultado de um aumento projetado de pelo menos +62% nos voos domésticos e +42% nos voos internacionais durante o segundo semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A expectativa é que, até o final de 2023, o Galeão alcance um total de passageiros entre 7,5 e 7,8 milhões, o que representa um aumento de aproximadamente 40% em relação aos números registrados em 2022. O anúncio desses dados foi feito pelo presidente do aeroporto, Alexandre Monteiro, após uma reunião que discutiu a transferência de voos do Aeroporto Santos Dumont para o Galeão.
Em 2022, o Galeão enfrentou uma crise significativa, com uma queda acentuada no número de passageiros e destinos atendidos. Nesse ano, o aeroporto recebeu menos de 6 milhões de passageiros, operando a apenas 20% de sua capacidade total.
No entanto, a situação está mudando, e a partir de outubro, o Galeão planeja oferecer 19 destinos domésticos e 21 internacionais, se aproximando do nível de serviços pré-pandêmicos. Essa transformação está ocorrendo após o governo federal anunciar a transferência de voos do Aeroporto Santos Dumont para o Galeão, com efeito a partir de janeiro de 2024. Isso resultará na concentração de voos domésticos nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo; da Pampulha, em Belo Horizonte; e Vitória, no Espírito Santo, com base em uma distância máxima de 400 km entre origem e destino dos voos domésticos.
A reunião também trouxe novidades, como o anúncio da companhia aérea Lufthansa, que planeja aumentar o número de voos entre o Galeão e Frankfurt, na Alemanha, de três para seis voos semanais, a partir do verão europeu em 2024. Além disso, outras companhias aéreas nacionais já haviam anunciado um aumento na oferta de voos partindo do Galeão, a partir deste semestre.
Embora o Galeão ainda esteja longe de alcançar sua capacidade total, até julho de 2023, já havia recebido 4 milhões de passageiros, com expectativa de duplicar esse número até o final do ano. Comparativamente, em 2022, foram 5,9 milhões de passageiros, enquanto no período pré-pandemia, em 2019, o aeroporto registrou 14 milhões de passageiros.
Essas mudanças foram impulsionadas por uma portaria assinada em agosto por Márcio França, ex-ministro de Portos e Aeroportos, ao lado do presidente Lula e do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A portaria determinou a transferência de voos do Aeroporto Santos Dumont para o Galeão, a partir de janeiro de 2024, resultando em ajustes nas malhas das empresas aéreas e no aumento da oferta de voos no Galeão.
Vale ressaltar que o Galeão foi leiloado em 2013 por R$ 19 bilhões, com ágio de 294%. No entanto, a crise econômica e a pandemia impactaram suas receitas com tarifas nos anos subsequentes. A concessionária Changi, responsável pelo Galeão, chegou a desistir do ativo em 2022, mas em fevereiro deste ano, manifestou interesse em permanecer operando o aeroporto, sujeito a revisão do contrato devido à alta outorga anual de cerca de R$ 1 bilhão. A Anac mostrou otimismo em relação à continuidade das concessões e programas.