Dezenas de pessoas se reuniram nesta manhã de quinta-feira, dia 7, na região da Uruguaiana, no Centro do Rio, para participar da 29ª edição do Grito dos Excluídos, um evento tradicionalmente realizado no feriado de 7 de setembro desde o ano de 1995. Neste ano, o destaque foi a presença das mães que perderam seus filhos para a violência no estado do Rio, que lideraram o ato erguendo cartazes com mensagens como “Lute como uma mãe”, “Mães de vítimas em luta” e “Pelo fim da violência policial e do estado”. Além disso, mulheres das comunidades da Rocinha, na Zona Sul do Rio, de Manguinhos e da Maré, na Zona Norte, também marcaram presença.
A cada ano, o grupo seleciona um tema central para ser debatido durante os protestos, e neste ano eles trouxeram a pergunta: “Qual é a sua sede e fome?”. Além disso, diversas outras causas foram abordadas no ato, que teve início às 9 horas na esquina da Avenida Presidente Vargas com a Rua Uruguaiana, seguindo em direção à Praça Mauá.
O evento contou com a participação de manifestantes em geral, sindicatos, movimentos sociais e políticos, todos erguendo bandeiras pedindo o fim da violência no estado, a erradicação da fome, a redução das desigualdades sociais e a melhoria das condições de moradia, saúde e educação. Adriana da Silva Nalesso, presidente da Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Rio de Janeiro (Federa-RJ) e vice-presidente da CUT, destacou que esta data não apenas celebra o desfile cívico, mas também é um momento de luta por moradia, dignidade, respeito, comida no prato, democracia e justiça social. Ela enfatizou que é responsabilidade tanto do governo quanto da sociedade se mobilizarem e lutarem por essas causas.
O Grito dos Excluídos aconteceu a poucos metros de onde estava ocorrendo o desfile cívico-militar tradicional. Esta celebração retornou à Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, após dois anos de suspensão devido à pandemia de Covid-19 e às comemorações do bicentenário da Independência, que aconteceram em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O evento também teve lugar em São Paulo, onde os manifestantes se concentraram na Praça Oswaldo Cruz e marcharam em direção ao Parque Ibirapuera, percorrendo cerca de 3 km.
Durante a concentração, uma liderança discursou ao microfone e mencionou que o protesto havia sido interrompido nos últimos dois anos devido à “violência e intimidação”, sugerindo que esses conflitos foram estimulados pelo governo de Jair Bolsonaro.