A liderança da CPMI dos Atos Antidemocráticos está planejando uma proposta de colaboração premiada para oferecer à defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, esse processo é complexo e inédito no contexto das comissões parlamentares de inquérito. A efetivação da delação depende da aprovação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Embora haja a intenção de selar o acordo, os detalhes ainda não foram finalizados, pois é necessário realizar negociações políticas para obter a aprovação da comissão. Conforme informações da CNN Brasil, a ideia é que Mauro Cid obtenha uma redução de possíveis sentenças como contrapartida pela delação, em relação às investigações sobre seu envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e nas suspeitas de falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19, o que resultou em sua prisão em maio deste ano.
Na última quinta-feira (24), a CPMI dos Atos Antidemocráticos aprovou um pedido para convocar o tenente-coronel Mauro Cid novamente. A data para essa nova audiência ainda não foi estabelecida. Embora ele tenha comparecido à CPMI no mês anterior, optou por permanecer em silêncio, apoiado por uma decisão do STF que permitiu evitar respostas incriminadoras.
No mesmo dia, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), anunciou que não planeja estender o período de funcionamento da comissão, que tem previsão para concluir suas atividades em outubro. A expectativa é que a relatora, senadora Eliziane Gama do PSD do Maranhão, apresente o relatório em 17 de outubro.