Na tentativa de evitar a dor, nossa mente tenta lidar com o trauma de várias maneiras diferentes. Tentando ser boazinha para não brigarem com você; não desagradando aos outros na tentativa de ser aceita; se isolando no seu quarto brincando sozinho(a) e fantasiando histórias fugindo da realidade; fazendo tudo perfeito para ser validada e vista; estar na rua brincando ou na casa de algum amiguinho o tempo todo – vontade de estar fora de casa; pode ter criado muros dentro de você mesmo(a) para não se conectar com as pessoas por não ser seguro, ser o melhor da turma, etc.
De alguma maneira, essas estratégias te ajudaram a sobreviver a sua infância. Na vida adulta acabam sendo destrutivas de uma forma geral (com você mesmo(o) nas suas relações, na vida profissional).
É importante voltar no trauma e conhecê-lo de perto, aprender com ele, desconstruir, desmistificar, responsabilizar e reavaliar cada ponto necessário, sentir o que precisa ser finalmente sentido para ressignificar.
Eu sei que você, provavelmente, vai dizer que “é difícil” – é o que eu mais escuto em sessão – mas se sabotar e criticar constantemente, se envergonhar por ser você mesmo(a), se esconder sentindo um vazio, ir para a rua atrás de vícios e pessoas para tapar esse buraco e fugir da realidade, esperar que alguém te salve, ser o(a) salvador(a) das outras pessoas, sustentar uma máscara de ser alguém que a sociedade – amigos, familiares – espera de você, não se envolver emocionalmente com as pessoas, ser viciado(a) em trabalho, ETC. Isso tudo também é difícil.
Vamos começar esse espaço decidindo qual é o DIFÍCIL que você vai escolher trabalhar? O conhecido que te mantém em uma face totalmente desconhecida de si mesmo(a) e repetindo respostas ao trauma ou o desconhecido que vai te libertar para ser VOCÊ mesmo(a)?
Desejo que você finalmente escolha tirar a máscara, sair do personagem e viver esse novo momento com essa fonte inspiradora de energia autêntica que existe aí guardadinha dentro de você!