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Polícia Civil realiza operação contra esquema de propina que envolve agentes de trânsito de Niterói

Os servidores da Nittrans são suspeitos de praticarem extorsões contra centenas de motoristas de van do município
Imagem: Divulgação

A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (17) uma operação direcionada a servidores da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), sob suspeita de envolvimento em extorsões dirigidas a numerosos motoristas de vans na cidade. Um dos indivíduos investigados é Wagner Pereira dos Santos, inspetor dos agentes de trânsito da Prefeitura Municipal de Niterói. Um total de oito mandados de busca e apreensão estão sendo executados.

Segundo o delegado André Neves, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, até o momento foram apreendidos valores em dinheiro, dispositivos móveis e computadores, tanto na sede da instituição quanto no local onde reside o inspetor. A quantia em reais ainda está sendo avaliada.

Na residência de Wagner, situada na Freguesia, Zona Oeste do Rio, o dinheiro foi localizado em um cofre, ao lado de uma arma. Além disso, foram confiscados um distintivo não oficial, porém semelhante aos usados pelas forças policiais, e um colete. Esses itens eram empregados para intimidar os motoristas. De acordo com o delegado, a operação tem como meta angariar evidências para dar sequência à investigação. Ele explicou: “Muitas pessoas são rotineira e sistematicamente extorquidas por esses agentes. Estamos buscando coibir isso e, em princípio, o inquérito segue na linha de extorsão, além de estarmos apurando suspeitas de lavagem de dinheiro e possível organização criminosa”.

A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima que mencionava o pagamento de propina para que vans pudessem estacionar próximo ao Terminal Rodoviário João Goulart, no centro da cidade, sem o risco de receberem multas. A denúncia também indicou que essa “negociação” era frequentemente realizada às sextas-feiras e que um dos inspetores utilizava um distintivo não regularizado por lei, o qual foi encontrado na residência de Wagner. Até o momento, a Prefeitura de Niterói não se pronunciou sobre o assunto, e a defesa de Wagner Pereira dos Santos não foi contatada. Espaço está aberto para manifestações.