O governador Cláudio Castro afirmou, nesta quinta-feira, que abriu uma sindicância para apurar por que os policiais que participaram da operação que deixou 10 mortos no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, não utilizavam câmeras nos uniformes. Dois PMs ficaram feridos durante a ação e já receberam alta. Segundo a corporação, todos os outros baleados eram criminosos. Três pessoas seguem internadas no Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha.
Castro ainda classificou a ação como bem-sucedida e disse que possíveis excessos serão investigados e punidos de acordo com a lei.
A instalação de câmeras nos uniformes dos agentes foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, mas a Polícia Militar afirma que ainda está elaborando uma resolução com a Polícia Civil para regulamentar o uso dos equipamentos pelas forças especiais.
A ação desta quarta-feira (2), foi realizada após dados de inteligência apontarem que chefes do tráfico de drogas da região fariam uma reunião sobre a invasão de outras comunidades. Durante a operação, os criminosos atearam fogo em barricadas. Os bandidos ainda vestiam roupas camufladas parecidas com as das forças especiais da Polícia Militar. Para se diferenciar, os policiais chegaram a colocar faixas em alguns locais do corpo.
Sete fuzis, munição e granadas foram apreendidos. Por causa da operação, o atendimento em unidades de saúde e escolas foi prejudicado. Pelo menos três mil e duzentos estudantes ficaram sem aulas.
O policiamento foi normalizado no Complexo da Penha nesta quinta-feira (3).
Em maio, outra operação deixou seis mortos no Complexo da Penha. Quatro eram considerados suspeitos pela Polícia Militar.