Na segunda-feira (31), o Ministério Público do Rio de Janeiro fez uma denúncia contra Bruno de Souza Rodrigues, um dos acusados pela morte do ator Jeff Machado. O documento acusa Bruno de sete crimes, que incluem homicídio quadruplamente qualificado, estelionato e maus-tratos a animais. Caso seja condenado por todos os crimes, Bruno poderia enfrentar uma pena de até 76 anos de prisão.
O promotor Sauvei Lai, um dos autores da denúncia, ressaltou que a pena máxima de 30 anos é aplicada apenas ao homicídio qualificado, mas o acusado cometeu diversos outros crimes, tornando-o extremamente perigoso.
Os crimes denunciados contra Bruno e as respectivas penas máximas são os seguintes:
– Homicídio qualificado: pena máxima de 30 anos;
– Ocultação de cadáver: pena máxima de 3 anos;
– Estelionato: pena máxima de 5 anos;
– Crimes patrimoniais (furto): pena máxima de 8 anos (com acréscimo de 2/3 da pena por cada ação, já que Bruno teria cometido esse crime quatro vezes, de acordo com o MP);
– Invasão de dispositivo eletrônico: pena máxima de 4 anos;
– Falsa identidade (por se passar por Jeff Machado): pena máxima de 1 ano;
– Maus-tratos a animais: pena máxima de 5 anos (esse crime teria sido cometido contra três cachorros do ator, em que dois morreram e um está desaparecido; acréscimo de 2/3 da pena por cada ação).
O outro acusado do crime, Jeander Vinicius da Silva Braga, é denunciado por três crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver e maus-tratos a animais.
Com a denúncia aceita pela Justiça do Rio de Janeiro, o caso entra na fase de instrução, onde as provas obtidas pela polícia e Ministério Público são revisadas por um juiz. Se ficar claro que os acusados cometeram os crimes, eles são pronunciados e vão a júri popular, por terem cometido crime contra a vida. Após o julgamento e uma possível condenação, um juiz determinará a pena a ser aplicada aos culpados. É importante lembrar que, de acordo com o Código Penal brasileiro, a pena privativa de liberdade máxima que uma pessoa pode cumprir é de 40 anos.
O ator Jeff Machado foi dado como desaparecido no final de janeiro e, após uma extensa investigação da Polícia Civil, seu corpo foi encontrado em maio, enterrado em um baú em uma casa em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Bruno ministrou uma substância entorpecente na bebida do ator na casa dele, no dia 23 de janeiro deste ano, e, em seguida, o estrangulou com um cabo de aparelho de telefone, causando sua morte. O crime teria sido motivado pela falsa promessa de conseguir uma vaga em uma emissora de televisão, mediante pagamento de R$ 18 mil. Quando o dinheiro não foi devolvido e a contratação não aconteceu, Bruno teria assassinado a vítima.
Após o homicídio, a investigação revelou que Bruno se passou por Jeff Machado e utilizou o cartão de crédito da vítima para fazer compras e anunciar a venda do carro dela em agências de automóveis. Além disso, Bruno invadiu o telefone de Jeff e se passou por ele em conversas com familiares e amigos, com o objetivo de obter vantagens pessoais.
A denúncia também acusa os dois réus de praticarem maus-tratos a animais, ao abandonarem oito cães pertencentes ao ator em um terreno vazio, sem alimentação e cuidados de higiene, resultando na morte de dois cachorros e no desaparecimento de um terceiro.
Segundo a acusação, Jeander colaborou para o crime, distraindo o ator para que Bruno pudesse atacá-lo. Os acusados então levaram o corpo em um baú e o enterraram em um terreno próximo à kitnet alugada por Bruno no mesmo bairro, onde depois concretaram o local.