O prefeito Eduardo Paes deu posse, nesta sexta-feira (28), no Palácio da Cidade, aos dezessete integrantes do Conselho Municipal de Moda, uma iniciativa para unir os setores público e privado em ideias e ações para fazer o mercado da moda retomar o seu crescimento no Rio de Janeiro. O conselho é composto pelo presidente e vice-presidente, sete conselheiros do Poder Público, representantes da Firjan, Fecomércio e oito conselheiros com notória atuação na área da moda: Alessa Migani (Alessa), Isabela Capeto, Lenny Niemeyer, Marcello Bastos (Grupo Soma), Marta Macedo (Martu), Oskar Metsavaht (Osklen), Roni Meisler (Grupo AR&CO) e Thomaz Duarte Azulay (The Paradise).
Para os profissionais da área, este será um estímulo para que a cidade volte a ser assunto quando o tema for moda. O prefeito nomeou como presidente do conselho o estilista Carlos Tufvesson, coordenador de Diversidade Sexual da Prefeitura.
“A moda, apesar de ser um setor que emprega muito no Rio de Janeiro, principalmente na mão-de-obra feminina, é amplamente desconhecida. O conselho serve para tocar, de um lado, os representantes desse setor e do outro o poder público. Isso para entendermos como esse setor pode melhorar, de que maneira podemos reconstruir e alavancar o setor em coisas típicas da sua sazonalidade. Por exemplo, como a pequena e média empresa da moda pode gerar mais empregos. Então, vamos começar a trabalhar a questão econômica. Não é um conselho para falar de tendências ou cores, isso é com cada estilista. Queremos trazer pessoas que venham produzir no Rio”, disse Carlos Tufvesson.
O Conselho Municipal da Moda vai orientar políticas públicas e ações de estímulo direcionadas para o setor. Os conselheiros terão como função organizar o calendário de eventos e fazer campanhas para promover os setores de varejo e de confecção, na cidade do Rio. Também têm como objetivo promover, incentivar, desenvolver e dar sustentabilidade aos criadores e empreendedores da moda em todos seus segmentos.
Moda carioca gera 90,6 mil empregos
Uma pesquisa sobre o setor foi desenvolvida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS) para auxiliar – com dados e informações – no processo de análise da moda no Rio. O estudo “Economia da Moda Carioca” mostra como esse mercado é fundamental para a economia da cidade. No Rio, há 5,7 mil empresas – desse total, 82,8% são microempresas, 5,9% são pequenas empresas, além de 1,2% de grande porte, que atuam no comércio (88%) e na indústria (12%). São Cristóvão é o bairro com mais confecções de moda no Rio, com 10,9% do total, enquanto a Barra é o local com mais comércio (14,6% do total).
O setor da moda no Rio emprega 90,6 mil trabalhadores. Segundo dados da RAIS e do Portal do Empreendedor de 2021, levando-se em consideração o tipo de vínculo empregatício, 46,4 mil eram CLT e 44,2 mil MEIs. Do total de pessoas que têm MEIs de moda, 78% são mulheres. O estudo mostra migração de CLTs para MEIs nos últimos 10 anos.
O Estado do Rio de Janeiro arrecadou, em 2022, R$ 314,8 milhões de impostos (ICMS) com o setor da moda, sendo 56,5% da indústria e 43,5% do comércio.
O setor da moda também impacta a economia do país. Números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apontam que a cadeia têxtil e de confecção brasileira é responsável por 1,3 milhão de empregados, dos quais 60% são de mão de obra feminina. Além disso, o faturamento total dessa cadeia foi de R$ 190 bilhões, em 2021.