Decisão judicial determina transferência do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, para um presídio federal de segurança máxima fora do Estado do Rio, com inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). A prisão preventiva de Suel foi decretada e ele foi detido em sua residência, localizada no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, durante a Operação Élpis, realizada em conjunto pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio.
Em 2021, Suel havia sido condenado a quatro anos de prisão por obstruir as investigações, mas estava cumprindo pena em regime aberto. Em junho de 2020, ele já havia sido preso durante a Operação Submersos II e levado para a Superintendência da PF, no Centro do Rio.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Maxwell era proprietário do veículo utilizado para esconder as armas encontradas em um apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, sendo este também amigo de Suel. Além disso, o ex-bombeiro teria auxiliado no descarte do armamento no mar.
Esses fatos foram citados pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, ao determinar a transferência de Suel para um presídio federal de segurança máxima. O magistrado ressaltou que os outros dois acusados de participarem da execução do crime, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, também estão em unidades federais de segurança máxima.
A investigação apontou que Suel ostenta um patrimônio incompatível com suas receitas e há indícios de que ele faça parte de uma organização criminosa que explora sinal clandestino de TV a cabo (“gatonet”) em Rocha Miranda, na zona norte do Rio.
O juiz Kalil mencionou que a transferência é necessária para garantir a segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, considerando a suposta participação de Suel em graves crimes, como homicídios, corrupção ativa e organização criminosa armada.
A defesa de Suel terá um prazo de cinco dias para se manifestar sobre a decisão da transferência para o presídio federal, e posteriormente, o juiz decidirá se a medida será mantida ou revogada.