Desde as primeiras horas desta segunda feira (16), policiais dos Batalhões de Choque, Bope e de Cães estão em operação em várias comunidades do Complexo da Maré. Há relatos de tiros na Vila do João, Vila dos Pinheiros, Salsa e Merengue e Conjunto Esperança. Os policiais do Batalhão de Choque estão a pé na Vila do Pinheiro e na Casinha.
Há informações de uma pessoa ferida que foi levada para o hospital. Uma pistola foi apreendida. Nas redes sociais, moradores relatam que muitos estão se abrigando no valão do palace, para fugir do tiroteio. Os agentes estão encontrando grande quantidade de barricadas em vários pontos das comunidades para prejudicar a entrada da polícia na região.
O objetivo da Operação Maré é a prisão de criminosos, a retomada de territórios, além de apreensões de armas e drogas. Nas últimas ações, realizadas na semana passada, 40 toneladas de barricadas foram removidas.
Até o momento, são 41 escolas municipais sem atendimento, afetando 13.799 alunos. Na rede estadual, 2 escolas suspenderam as aulas deixando cerca de 850 estudantes sem aulas.
Na semana passada, foram 24 presos e pelo menos 1 morto em confronto.
Neste domingo (15), 150 agentes da Força Nacional de Segurança chegaram ao Estado para começar a atuar a qualquer momento no Rio de Janeiro. Esse é o primeiro contingente de um total de 300 que atuarão em apoio às forças estaduais fluminenses. As equipes estão, até o momento, na Vila Militar, em Realengo.
A Rádio Manchete registrou com exclusividade a passagem do comboio pela BR-040, rodovia que liga Brasília ao Rio de Janeiro.
O ministro Flávio Dino confirmou a chegada de parte da Força Nacional para ações planejadas com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. A atuação será em áreas de competência federal e medidas derivadas do setor da Inteligência, que também está sendo ampliado.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), na terça-feira (17), o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, se reunirá com o Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de tratar de questões voltadas à atuação das forças federais de segurança na capital fluminense.
Operação Maré
1º dia – Dos 60 mandados de prisão expedidos, 6 foram cumpridos, e outras 3 pessoas, pegas em flagrante. Entre o material apreendido estava o que seria uma carga de fentanil, um anestésico 50 vezes mais viciante que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina. A Força de Segurança Estadual tentou prender chefes do Comando Vermelho (CV), a maior facção do RJ e rival do TCP e das milícias. Agentes foram para Nova Holanda e Parque União, comunidades da Maré sob domínio do CV; para a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha; e para a Cidade de Deus.
2º dia – Policiais estiveram em 8 localidades, como a Vila do João e a Vila dos Pinheiros, a fim de cumprir os 54 mandados de prisão restantes para prender integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). Agentes logo cedo retomaram naquela região o clube que tinha sido transformado em um “centro de treinamento tático” do tráfico. Três pessoas foram presas. Também foi apreendido um adolescente que confessou ter atirado uma bomba caseira durante um assalto a um ônibus.
3º dia – Foram 12 presos. Os policiais concentraram as ações nos complexos da Maré, de Israel e do Chapadão, também do TCP. Na Maré, moradores denunciam que policiais do Bope e da Core invadiram casas e revistaram celulares sem autorização judicial. Diferentemente dos outros dias da ofensiva, a imprensa não pôde acompanhar do Centro Integrado de Comando e Controle a movimentação das tropas. No início da semana, imagens de drones da polícia e de câmeras corporais dos policiais foram transmitidos e vistos por todos no CICC.
4º dia – Um dia após o feriado de Nossa Senhora Aparecida, o Bope foi para as comunidades Vila dos Pinheiros e Salsa e Merengue, controladas pelo TCP. Outra equipe do Bope foi para a Chacrinha, na Praça Seca, na Zona Oeste, onde apreenderam um fuzil, e um suspeito morreu durante o confronto.
