Ouça agora

Ao vivo

MEC divulga locais de prova do Enem
Brasil
MEC divulga locais de prova do Enem
MP do Rio denuncia seis pessoas do laboratório PCS Saleme
Destaque
MP do Rio denuncia seis pessoas do laboratório PCS Saleme
Outubro Rosa: Maricá amplia em 300% o número de mamografias oferecidas à população
Maricá
Outubro Rosa: Maricá amplia em 300% o número de mamografias oferecidas à população
Cevas Itinerante prossegue com ações esta semana
Norte Fluminense
Cevas Itinerante prossegue com ações esta semana
Rio das Ostras realiza Dia D neste sábado (26) com ações de promoção da saúde da mulher
Costa do Sol
Rio das Ostras realiza Dia D neste sábado (26) com ações de promoção da saúde da mulher
Praia Grande recebe obras de acessibilidade e revitalização
Angra dos Reis
Praia Grande recebe obras de acessibilidade e revitalização
Águas do Rio aproveita paralisação do Sistema Ribeirão das Lajes para instalar equipamentos no sistema
Destaque
Águas do Rio aproveita paralisação do Sistema Ribeirão das Lajes para instalar equipamentos no sistema

Em decisão unânime, STF proíbe uso da tese de legítima defesa da honra em julgamentos de feminicídio

Cármen Lúcia e Rosa Weber deram os votos mais incisivos contra a teoria, considerada pela Corte como "machista, arcaica, patriarcal e autoritária"
Foto: Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta terça-feira o julgamento sobre a tese da legítima defesa da honra e proibiu o seu uso em casos de feminicídios. Com a decisão, por unanimidade, o argumento não poderá ser utilizado, de forma direta ou indireta, em julgamentos pela defesa, acusação, policiais ou juízes.

Em 2021, essa tese já havia sido declarada inconstitucional pelo STF. No entanto, aquela decisão era provisória. Agora, o caso foi julgado de forma definitiva e o entendimento foi confirmado. A decisão foi tomada atendendo a um pedido apresentado pelo PDT.

Em junho, já havia sido formada maioria para proibir a tese, prevalecendo a posição do relator, Dias Toffoli. O julgamento foi interrompido durante o recesso do Judiciário e foi concluído nesta terça com os votos dos ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e da presidente do STF, ministra Rosa Weber.

Os ministros consideraram que o argumento contraria a igualdade de gênero, a dignidade da pessoa humana e a proteção à vida.

A tese foi utilizada em alguns episódios marcantes, como no assassinato de Ângela Diniz, cometido em 1976 pelo seu companheiro, Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street.

Únicas mulheres da corte, Cármen Lúcia e Rosa Weber deram os votos mais fortes contra a tese. Cármen afirmou que a sociedade brasileira é “machista”, “sexista” e “misógina”.

“Uma sociedade que ainda hoje é machista, sexista, misógina e mata mulheres apenas porque elas querem ser o que elas são, mulheres donas da sua vida. Como o homem desde 1605, por lei, era dono do corpo e da vida da mulher, essa tese prevalece ainda hoje”.

Rosa Weber, por sua vez, afirmou que a tese reproduz valores de uma sociedade “patriarcal”, “arcaica” e “autoritária”.

“A teoria da legítima defesa da honra traduz expressão de valores de uma sociedade patriarcal, arcaica, autoritária, é preciso enfatizar, cuja cultura do preconceito e da intolerância contra as mulheres sucumbiu à superioridade ética e moral dos princípios humanitários da igualdade, da liberdade e da dignidade da pessoa humana”.