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Brasil tenta reação, mas cai para Japão em jogo alucinante na Liga

Seleção sofre com ritmo dos rivais nos primeiros sets, força o tie-break, mas perde no fim
Foto: Divulgação

No início, uma pancada rápida. Invicto na Liga das Nações, o Japão entrou em quadra em ritmo alucinante. Pelas mãos do insano levantador Sekita, os rivais deixaram o Brasil na lona por um tempo. Mas a seleção teve forças para buscar e forçar o tie-break na marra. A reação, porém, ficou pelo caminho no fim. A seleção ainda conseguiu salvar quatro match points, mas perdeu em 3 sets a 2, parciais 25/23, 25/21, 18/25, 22/25 e 18/16.

O Brasil volta à quadra no sábado. A seleção tenta a recuperação contra a Eslovênia, às 11h30.

O Japão não vencia um set do Brasil há quatro anos, desde a Copa do Mundo de 2019. Naquele dia, a seleção levou a melhor em 3 sets a 1. Nesta quinta-feira, porém, a equipe de Renan Dal Zotto sofreu – e muito. Com muitos problemas no passe e na virada de bola no início do jogo, o time brasileiro não soube o que fazer com o ritmo alucinante dos rivais. A seleção não desistiu, conseguiu buscar a reação e forçou o tie-break. No detalhe, porém, o Japão, que segue invicto, levou a melhor.

Até a partida desta quinta-feira, o Japão só havia perdido três sets na Liga das Nações. Com a vitória sobre o Brasil, segue firme na ponta – são sete vitórias em sete partidas. A seleção de Renan Dal Zotto aparece em quarto lugar, com quatro triunfos em seis jogos.

Do outro lado, o único invicto. A seleção já sabia que não seria um jogo fácil, mas talvez não esperasse tanta dificuldade logo no início. O Japão mostrou suas armas logo de cara. Com um saque firme, causou estragos na recepção brasileira. O passe do time de Renan Dal Zotto não vivia seus melhores dias e abria espaço para o brilho de Ishikawa e Ran. Com facilidade, os rivais abriram 9/5 com um ace de Yamauchi, e o técnico brasileiro pediu tempo.

Se os japoneses brilhavam no saque, o Brasil sofria. Foram serviços em sequência na rede, fazendo o placar disparar para o lado rival. Renan mudou. Tentou a inversão e mandou Cachopa e Roque à quadra nos lugares de Bruninho e Alan. Na reta final do set, o Brasil, enfim, cresceu. Ao pressionar o passe rival, finalmente encostou. Salvou três set points, mas não evitou a queda: 25/23.
A velocidade dos japoneses era alucinante. Com um ritmo ditado pelo ótimo levantador Sekita, o time asiático passava por cima da marcação brasileira. E, assim como no primeiro set, o Brasil tinha muitos problemas para encaixar o saque. Com Ishikawa, o Japão abriu 9/4, e Renan Dal Zotto parou a parcial pela primeira vez. Na volta, o técnico mandou Cachopa à quadra em uma troca simples com Bruno.
Pouco depois, tirou Honorato, que não estava tão bem, e chamou Adriano. Flávio também entrou mais à frente no lugar de Otávio. Mas nada parecia quebrar o ritmo japonês. O placar, mais uma vez, disparou: 16/10 depois de um novo erro de saque do Brasil, com Adriano. Honorato voltou à quadra em um novo ritmo e ajudou o Brasil a diminuir a diferença: 21/18. Mas a reação parou por aí. Ran, com um ataque rápido, fechou em 25/21.

O Brasil tentou reagir na volta à quadra. Pelas mãos de Honorato, que cresceu muito na partida, a seleção se manteve à frente no placar pela primeira vez. Com Maique e Judson em quadra, a seleção abriu 9/6 com o central na maior diferença a favor no jogo. O Brasil entrou de vez na partida e fez a diferença crescer ainda mais. O ataque, que não havia funcionado até ali, passou a fazer a diferença com Alan. Em um ponto de Judson pelo meio, o Brasil fez 15/11, e o Japão parou a partida.

Judson também entrou muito bem, por sinal. Em um bloqueio firme pelo meio, a seleção marcou 19/13. A partida foi interrompida depois de Alan acertar o equipamento do primeiro árbitro com um saque. Foram sete minutos de paralisação para a limpeza da quadra. Tempo que só adiou a vitória do Brasil na parcial. Em um erro de saque de Kentaro, 25/18.

O saque brasileiro, enfim, entrou. Lucarelli encheu o braço e marcou o primeiro ponto do time no fundamento para abrir o set. Pela primeira vez, era um jogo equilibrado. Honorato, destaque do time, marcou um novo ace e fez 8/6. Mas o Japão foi buscar. Ran, com uma pancada, marcou 11/11. O Brasil não se assustou. Mais uma vez, acelerou e ampliou para 18/14 com Judson.

O Japão voltou ao jogo mais uma vez. Fez a diferença cair para um ponto e aumentou o nível de tensão no fim do set. Renan e a comissão também mandaram Bruninho e Arthur Bento para aumentar a altura junto à rede. Com um bloqueio do levantador, 22/19. O Brasil se manteve à frente e garantiu o tie-break: 25/22.

O ritmo alucinante voltou no set final. Desta vez, porém, o Brasil se mostrou mais firme. O Japão até tentou abrir, mas viu o rival se manter na cola. Alan, com uma pancada, deixou tudo igual em 7/7. Mas, pouco depois, o Japão se aproveitou de um descuido brasileiro para se aproximar da vitória. Com uma pancada a 114km/h no saque, Myaura marcou 13/11. O Japão teve dois match points na sequência, mas o Brasil conseguiu salvar. Começou, então, a troca de golpes. A seleção ainda salvou mais dois match points, mas não evitou a queda: 18/16.

Maiores pontuadores:
Ishikawa (JAP) – 27 pontos
Miyaura (JAP) – 25 pontos
Ran (JAP) – 21 pontos
Alan (BRA) – 20 pontos
Honorato (BRA) – 16 pontos

Pontos de ataque:
Brasil: 67 pontos
Japão: 73 pontos

Pontos de bloqueio:
Brasil: 11 pontos
Japão: 4 pontos

Pontos de saque:
Brasil: 2 pontos
Japão: 7 pontos

Pontos em erros de adversários:
Brasil: 30 pontos
Japão: 24 pontos